O primeiro-ministro do governo de unidade nacional do Zimbábue e candidato presidencial nas eleições realizadas na quarta-feira (31), Morgan Tsvangirai, disse nesta quinta-feira (1º) que a votação "foi uma grande farsa".
"Em nossa opinião, as eleições são nulas", afirmou Tsvangirai, líder do Movimento por Mudança Democrática (MDC), que enfrentou nas urnas pela terceira vez o presidente do país africano, Robert Mugabe, que está há 33 anos no poder.
"É uma farsa que não reflete a vontade popular", disse o primeiro-ministro.
Tsvangirai argumentou que a votação não cumpriu os requisitos da Comunidade para o Desenvolvimento da África Meridional (SADC), supervisora do processo eleitoral.
A Rede de Apoio às Eleições do Zimbábue (ZESN), o maior grupo de observação eleitoral independente do país, denunciou hoje que mais de 750.000 eleitores não constavam no censo eleitoral, elaborado por um aliado de Mugabe, Tobaiwa Mudede.
Durante uma entrevista coletiva, a ZESN afirmou também que "muitos" eleitores encontraram problemas para votar, especialmente em redutos opositores.
No entanto, a União Africana considerou, de forma preliminar, que "o desenvolvimento das votações em todo o país foi pacífico, ordeiro, livre e justo".
A lei eleitoral do Zimbábue estipula cinco dias desde o fechamento de urnas para divulgar os resultados presidenciais.
Após o anúncio do resultado da última votação, em 2008, ocorreu uma onda de violência que deixou 200 seguidores do MDC mortos. Na ocasião, Mugabe não foi o mais votado no primeiro turno.
Tsvangirai se retirou da corrida presidencial em protesto e, embora Mugabe tenha alcançado a vitória, a SADC obrigou ambas as partes a formar um governo de coalizão, criado em 2009.
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