O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, e o primeiro-ministro do país, Boubou Cissé, foram capturados nesta terça-feira (18) na capital, Bamako, por soldados amotinados, segundo relatou a agências internacionais um dos líderes do levante. Tanto o presidente como o premiê estiveram ausentes durante as longas horas do que parecia ser um motim no início e depois se transformou em um golpe de Estado.
"Podemos dizer que o presidente e o primeiro-ministro estão sob nosso controle. Nós os detivemos em seu domicílio [do chefe de Estado]", declarou o líder militar, que não quis se identificar.
"IBK [presidente Keita] e seu primeiro-ministro seguiram em um veículo blindado com destino a Kati", um acampamento militar nos arredores de Bamako onde o motim começou horas antes, afirmou outra fonte militar rebelde.
Até mesmo um comunicado supostamente assinado por Cissé à tarde, que pedia diálogo com os líderes do golpe, foi questionado por observadores e atribuído a pessoas de seu entorno que tentavam esconder a gravidade da situação.
O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, condenou as detenções. "Condeno energicamente a detenção do presidente Ibrahim Boubacar Keita, [do] primeiro-ministro [Boubou Cissé] e [de] outros membros do governo do Mali e peço sua libertação imediata", escreveu Faki em sua conta no Twitter.
A notícia do aparente triunfo do golpe, que aparentemente ocorreu sem derramamento de sangue, espalhou-se imediatamente pela capital, Bamako, em cujas principais avenidas trafegam veículos militares, e onde milhares de pessoas saíram às ruas para comemorar o que aconteceu.
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