As manifestações contra o regime turco, que se estenderam por todo o país durante o fim de semana, continuaram na manhã desta segunda-feira (3) com o ataque a várias sedes do partido governista e enfrentamentos com a polícia. Após quatro dias de violentos protestos, o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan pediu calma e disse para os turcos não se sentirem provocadas por manifestações.

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"Tenham calma, relaxem, tudo isso será superado", afirmou Erdogan em uma coletiva de imprensa no aeroporto de Istambul, antes de sua partida para uma visita oficial ao Marrocos.

A violência explodiu em Istambul entre um grupo de manifestantes e policiais nesta segunda-feira. A agência privada de notícias Dogan informou que a polícia disparou gás lacrimogêneo contra o grupo em uma área próxima aos escritórios do primeiro-ministro. Os manifestantes responderam lançando pedras.

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Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas em grandes cidades da Turquia no fim de semana e entraram em confronto com a polícia. De acordo com o último balanço divulgado pelo governo, só no domingo 115 policiais e 58 manifestantes ficaram feridos.

O protesto que começou contra o plano de revitalização da Praça Taksim se transformou em uma ação mais ampla contra Erdogan e seu partido, o Justiça e Desenvolvimento (AKP), que tem raízes islâmicas. "Este é um protesto organizado por elementos extremistas", disse Erdogan. O fato de o partido AK ter conseguido mais votos em três eleições consecutivas e ganhado com sucesso dois referendos mostra como as pessoas desta nação têm abraçado o partido AK.

No poder há mais de uma década, o AK de Erdogan aumentou a sua percentagem de votos nas últimas três eleições. A Turquia tem crescido economicamente e aumentado sua influência no Oriente Médio e no mundo. Muitos manifestantes, porém, exigem a renúncia do premier.

Mas críticos atacam seu autoritarismo e o que chamam de interferência de seu governo na vida privada. Grandes restrições à venda de bebidas alcoólicas e alertas contra manifestações amorosas públicas levaram a protestos nas últimas semanas. Muitos turcos também temem que as políticas do governo façam a Turquia entrar no conflito da Síria.

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