Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Liderança

‘Princesa’ da Coreia do Norte sobe na escala de poder

Num país patriarcal, onde são raros os casos de mulheres na liderança, um anúncio da imprensa estatal norte-coreana causou surpresa. Kim Yo-jong, irmã mais nova do ditador Kim Jong-un, foi nomeada para uma alta posição no Partido dos Trabalhadores, que governa o país. A nomeação coloca Yo-jong, tratada de "princesa" por um antigo chef que servia ao pai, mais perto do centro do poder do Estado asiático.

Kim é agora vice-diretora do Departamento de Propaganda e Agitação, que cuida das mensagens ideológicas através de mídia, cultura e arte. O novo cargo confirma o divulgado anteriormente por um grupo dissidente, que disse que ela poderia ter assumido um papel maior no governo após o desaparecimento de seu irmão por mais de um mês, gerando especulação sobre sua posição no poder.

A agência de inteligência da Coreia do Sul disse posteriormente que Kim Jong-un teria sido submetido a uma cirurgia em seu tornozelo esquerdo. Uma fonte anônima da inteligência sul-coreana disse ao jornal "Joong Ang Ilbo", em abril, que o poder de Yo-jong tem sido compatível com o de uma primeira-ministra, mesmo antes do desaparecimento temporário do irmão.

Yo-jong tem aparecido em propagandas do Estado desde que seu irmão assumiu o poder em 2011, após a morte do pai, Kim Jong-iI. A Coreia do Norte é um país patriarcal e raramente mulheres ascendem a postos altos do governo ou como comandantes militares. Elas recebem treinamento militar, mas normalmente trabalham no mercado negro para poder completar a renda familiar, muitas vezes insuficiente com o trabalho dos homens em cargos públicos ou fábricas. Mas para Yo-jong, seu nome de família e a proximidade com o irmão, líder do partido, a fazem superar qualquer norma cultural.

"As pessoas que são nominalmente superiores provavelmente submetem-se a ela", disse Michael Madden, especialista em Coreia do Norte.

Quando Kim Jong-iI era o governante da Coreia do Norte, sua irmã, Kim Kyong-hui era sua assistente pessoal e estava presente em altos cargos partidários e militares. Nesta sexta-feira (28), um desertor disse à rede americana CNN que ela morreu após o marido, Jang Song Thaek, ser exonerado e executado no ano passado.

Em memórias escritas em 2003, o chefe de sushi que trabalhou 13 anos para Kim Jong-iI, Kenji Fujimoto, disse que o ditador tinha uma relação de confiação com Ko, sua quarta parceira, com quem teve três filhos: Jong-un, Yo-jong e o mais velho, Jong-chol.

Pouco se sabe do filho mais velho do ex-líder. Fujimoto revela que até na hora das refeições o líder mantinha o primogênito mais distante, preferindo colocar seu sucessor e a filha mais perto dele e de sua mulher.

"Kim Jong-il se senta no meio, e, à sua esquerda, senta-se sua madame. O príncipe Jong-un senta-se à esquerda da madame, e a princesa senta-se ao lado direito de Kim Jong-il", contou Fujimoto.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.