O Clã do Golfo, um dos principais grupos de narcotráfico da Colômbia, anunciou um cessar-fogo unilateral nesta quarta-feira (14) e diz estar pronto para negociar um acordo de paz com o governo.
Também chamado de Clã Usuga —em homenagem a seu líder Dairo Antonio Úsuga, o homem mais procurado do país— e Autodefesas Gaitanistas, o grupo é acusado de participar da mineração ilegal e de comandar as rotas de tráfico em parceria com cartéis mexicanos.
O grupo, que foi criado por paramilitares de direita, disse em setembro que estava disposto a deixar as armas e dialogar com o presidente Juan Manuel Santos em busca de um acordo.
Santos, porém, afirmou que não iria negociar porque considera o Clã do Golfo uma organização criminosa sem uma motivação política, diferente das antigas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), com as quais seu governo entrou em acordo.
"Apesar de não haver no momento uma lei para uma rendição coletiva, nos mantemos comprometidos com os esforços que vão nos permitir contribuir para uma paz geral", disse o grupo na nota em que anuncia o cessar-fogo.
"A partir deste Natal, quando os corações se preenchem com a esperança de um país melhor, os colombianos merecem uma oportunidade, pela primeira vez em sua história, de seguir em frente sem o temor de um conflito", afirma o comunicado.
O anúncio diz que o cessar-fogo começa a valer imediatamente e convida a sociedade civil e a Igreja Católica a fiscalizarem se a promessa está sendo cumprida.
Com cerca de 3 mil ativos, o Clã do Golfo pediu ainda que seu principal rival, o esquerdista ELN (Exército de Libertação Nacional), se junte a ele e interrompa os confrontos.
O ELN está desde outubro em um cessar-fogo bilateral com o governo, que vai até 9 de janeiro, e já negocia um acordo de paz com Santos.
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