Uma das novidades destas eleições na Alemanha é a participação de um novo partido, o Alternativa para a Alemanha (AfD) o primeiro - e até agora único partido anti-euro do país. O grupo defende o fim da zona do euro, ou pelo menos uma redução do bloco para grupos menores e mais estáveis.
Em um de seus recentes discursos, o líder do partido, o professor de economia Bernd Lucke, afirmou que o euro fez muito pouco para unificar os europeus e expressou raiva contra os manifestantes do sul da Europa que vêm comparando Merkel ao ditador nazista Adolf Hitler devido às exigências por reformas e austeridade em troca de resgates financeiros.
"Por causa do euro, as pessoas do sul europeu não hesitam em expressar sua revolta contra a Alemanha, usando comparações nazistas. Isso não é como eu imaginei que a Europa seria. O euro foi um fracasso e seria ruim continuarmos a acreditar nesse conto de fadas. O fracasso do euro não significa o fracasso da Europa", disse Lucke.
Representação
Esse tipo de sentimento ainda é uma exceção na Alemanha, onde prevalece um senso de obrigação em ajudar os vizinhos europeus em dificuldades, motivado principalmente pela vergonha com os crimes cometidos na era nazista. O objetivo do novo partido é angariar uma quantidade suficiente de votos nas eleições gerais de setembro para alcançar o mínimo de 5% necessários para obter representação no Parlamento alemão.
Segundo o BNP Paribas, isso poderia moldar o discurso da oposição depois das eleições. "Essa plataforma tem sido desconfortável para todos os outros partidos, que adotam a linha de que não há alternativa ao euro para a Alemanha. O apoio ao AfD tem crescido não somente entre eleitores tradicionais da CDU e CSU, mas também entre partidos da oposição", ressalta a instituição.
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