O líder opositor Alexei Navalny, durante depoimento por vídeo em audiência na qual a Justiça rejeitou seu recurso contra uma sentença de 19 anos de prisão| Foto: EFE/EPA/MAXIM SHIPENKOV
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O líder da oposição russa, Alexei Navalny, reapareceu em uma prisão perto da cordilheira dos Urais, no Círculo Polar Ártico, depois de duas semanas em paradeiro desconhecido, informou nesta segunda-feira (25) sua equipe de colaboradores na rede social X (ex-Twitter).

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"Encontramos Alexei Navalny! Ele está na penitenciária IK-3, na localidade de Jarp, no distrito autônomo de Yamalo-Nenets. O advogado o viu hoje. Alexei está bem", escreveu Kira Yarmish, porta-voz do líder da oposição.

Os advogados de Navalny disseram, em 11 de dezembro, que não conseguiam contato com ele, o que alertou seus apoiadores e as chancelarias ocidentais.

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A cidade de Jarp, que tem uma população de cerca de 6 mil habitantes, fica a quase 2 mil quilômetros de Moscou. De acordo com um de seus colaboradores no exílio, Ivan Zhdanov, a prisão recebeu o nome de "Lobo Polar" e é considerada uma das mais distantes da civilização em toda a Rússia.

Esta segunda-feira marca o vigésimo dia desde que apoiadores de Navalny alertaram sobre o desconhecimento do paradeiro do líder da oposição, que cumpre pena de quase 30 anos de prisão.

Há dez dias, os serviços penitenciários russos (FSIN) admitiram que Navalny havia sido transferido da prisão onde estava, na região de Vladimir, mas não revelaram o novo destino. O FSIN explicou que o líder da oposição deixou a prisão "em virtude da decisão proferida pelo Tribunal da Cidade de Moscou em 4 de agosto", que incluiu uma nova sentença de 19 anos por extremismo.

Ainda não se sabe se Yamalo-Nenets será o destino final de Navalny, que foi transferido depois de anunciar uma campanha contra a reeleição do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que está no poder desde 2000.

Ocidente estava preocupado com sumiço de Navalny

O processo de transferência para outra prisão, conhecido como "etapirovanie", pode levar semanas, período durante o qual o prisioneiro é frequentemente mantido incomunicável.

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Os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e a Anistia Internacional (AI) expressaram preocupação com o destino de Navalny.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse no sábado (23) que estava "profundamente" preocupado com a falta de clareza sobre o paradeiro de Navalny e exigiu "mais uma vez" sua "libertação imediata" e que o Kremlin pare de "reprimir vozes independentes na Rússia".

Em 7 de dezembro, Navalny pediu, da prisão, um voto contra Putin nas eleições de 17 de março de 2024. Ele também anunciou o lançamento de um site (neputin.org) pedindo aos russos que apoiassem qualquer candidato presidencial, exceto Putin. No dia seguinte ao lançamento, o site foi bloqueado.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]