Um príncipe saudita foi condenado à prisão perpétua nesta quarta-feira por espancar e estrangular seu empregado no quarto que os dois dividiam em um luxuoso hotel de Londres, depois de uma situação qualificada pela promotoria como de constante violência sádica.

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O juiz também determinou que o príncipe Abdulaziz bin Nasser al Saud, de 34 anos, terá de cumprir a pena mínima de 20 anos de prisão pelo assassinato de Bandar Abdulaziz, de 32 anos, também saudita, no Landmark Hotel, em fevereiro. Ao final dos 20 anos de prisão a Justiça decidirá se ele continua a cumprir a pena perpétua ou é libertado.

Saud disse aos investigadores que é neto do rei da Arábia Saudita. Ele admitiu ter matado Abdulaziz, mas afirmou que não foi intencional.

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Sentado no banco dos réus com os braços cruzados, Saud não demonstrou emoções quando a sentença foi proferida no histórico tribunal de Old Bailey, no centro de Londres.

Os promotores descreveram como o empregado foi espancado no rosto. Em ataques anteriores, o empregado sofreu "uma série de golpes pesados ou socos na cabeça e rosto", deixando seu olho esquerdo fechado e inchado, os lábios cortados e os dentes esmagados e quebrados, segundo a Press Association.

Houve ferimentos horríveis em um de seus ouvidos, sangramento e hematomas intracranianos, bem como graves feridas na nuca consistentes com compressão manual, disseram os promotores.

Eles disseram que Saud tentou acobertar a real natureza de seu relacionamento com o empregado, dizendo que eram amigos e iguais, mas um porteiro do hotel afirmou que Abdulaziz era tratado "como um escravo".

Posteriormente a promotoria afirmou que se acredita que os dois homens mantinham alguma forma de relacionamento sexual e que a violência física tinha um "componente sexual".

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Em seu depoimento o príncipe disse ser heterossexual e declarou ter uma namorada em seu país.

Promotores disseram ter descoberto que ele havia marcado encontros com pelo menos dois acompanhantes homens e um massagista gay, e olhou centenas de imagens de homens em websites gays.

Fotos de Abdulaziz em posições "comprometedoras" foram encontradas no telefone de Saud, disseram promotores no tribunal.

Quando foi detido, Saud acreditava estar protegido por imunidade diplomática, mas seu status como príncipe real não era suficiente para isso, segundo a promotoria.

Ao proferir a sentença, o juiz David Bean disse: "'É muito raro que um príncipe esteja no banco dos réus num caso de assassinato."

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"Seria um erro eu sentenciá-lo mais severamente ou mais indulgentemente por você ser membro da família real saudita. Ninguém nesta corte está acima da lei."