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Waldomar Mariscal, filho de Vicky Pelaez, jornalista peruana presa sob suspeita de espionagem, volta à casa onde ela foi detida: apreensão | Jessica Rinaldi/Reuters
Waldomar Mariscal, filho de Vicky Pelaez, jornalista peruana presa sob suspeita de espionagem, volta à casa onde ela foi detida: apreensão| Foto: Jessica Rinaldi/Reuters

Peru não tem informações sobre jornalista presa

O ministro de Defesa do Peru, Rafael Rey, disse ontem desconhecer a situação da jornalista peruana Vicky Peláez. Peláez, colunista do jornal em espanhol El Diário/La Prensa, que está entre os 11 presos por suposta atuação ilegal nos EUA como agentes da inteligência russa.

"A única informação que tenho é a que saiu na imprensa. Tomara que não seja verdade e que se prove sua inocência", disse Rey aos jornalistas.

A mãe de Peláez, Angélica Ocampo, afirmou ontem que sua filha é inocente das acusações e disse que pretende viajar aos EUA. "Vou dar minha vida. Ficarei sem casa, mas vou contratar um advogado para defendê-la", disse ela.

Peláez e seu marido, o uruguaio Juan Lázaro, foram presos no domingo em sua casa em Yonkers, ao norte de Nova York, e compareceram ontem a um tribunal federal em Manhattan, segundo fontes da promotoria.

  • Lembre outros casos de espionagem internacional

A Rússia rejeitou com veemência ontem as acusações feitas na véspera pelos EUA, que anunciou ter desbaratado rede de espionagem russa e detido 10 de 11 acusados de atuar há vários anos obtendo in­­formações para Moscou.

O 11.º suspeito foi preso on­­tem pelo Chipre. A chancelaria da Rús­­sia admitiu que alguns dos detidos são russos, mas disse que as acusações são "infundadas e descabidas" e que "lamenta profundamente" que surjam após Wa­­shing­­­­ton propor o "reinício" das relações bilaterais.

"Essas ações perseguem objetivos escusos. Não entendemos o que levou o Departamento da Jus­­tiça a dar um a declaração no espírito da Guerra Fria", disse nota. "Esperamos que explique."

O porta-voz da Casa Branca, Ro­­bert Gibbs, disse esperar que o caso não afete as relações. Segun­­do ele, o presidente Barack Obama já sa­­bia do caso quando recebeu o colega russo, Dmitri Medvedev, na se­­mana passada.

Na denúncia anunciada na se­­gunda-feira, o Departamento da Jus­­tiça acusou os 11 suspeitos de vi­­ver há vários anos nos Estados Unidos co­­mo parte de um programa de espionagem da agência de inteligência SVR, sucessora da soviética KGB.

Segundo a peça de acusação, agentes secretos russos se passavam por casais americanos vivendo nos EUA – e em outros países – para se inserir em "esferas de tomada de decisão", recrutar fontes e enviar informação a Moscou.

A denúncia reproduz também supostas mensagens entre Mos­­cou e os suspeitos e relata detalhes cinematográficos das comunicações mantidas entre eles, como troca de mochilas em estações de trem, recados em tinta invisível e transmissão codificada.

Os suspeitos, investigados du­­rante vários anos, segundo os EUA, foram acusados de não se re­­gistrar como agentes de governo estrangeiro e de lavagem de di­­nheiro, mas não de espionagem.

O escândalo ocorre num mo­­mento de reaproximação entre os antigos rivais. Sexta-feira, Obama e Medvedev se deixaram fo­­­­­­togra­far em lanchonete de Wa­­shing­­ton comendo hambúrgueres.

A revelação do caso coincidiu ainda com a visita do ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) ao premier e ex-presidente russo, Vladi­­mir Putin. "Entendo que lá [nos Estados Unidos] a po­­lícia esteja colocando as pessoas na cadeia", disse Putin, ex-agente da KGB, arrancando risadas de Clinton. "É o trabalho dela. Mas espero que esse momento po­­sitivo das nossas relações não seja afetado por esses eventos."

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