O Iraque irá reabrir a notória prisão de Abu Ghraib no mês que vem, mas mudará seu nome, que acabou tornando-se sinônimo de tortura durante o regime de Saddam Hussein e também durante a ocupação norte-americana, disse uma autoridade neste sábado.
O vice-ministro da Justiça iraquiano, Busho Ibrahim, disse à Reuters que a prisão - que ganhou notoriedade global depois de carcereiros norte-americanos terem feito imagens abusando e humilhando sexualmente alguns prisioneiros - foi reformada e agora está dentro dos padrões internacionais.
"Nós demos o nome de Prisão Central de Bagdá em razão de sua má reputação como prisão de Abu Ghraib, não somente por conta do que os norte-americanos fizeram lá, mas também pelo o que o regime de Saddam Hussein fez", disse ele.
O governo de Saddam abrigou entre 40.000 e 60.000 prisioneiros em Abu Ghraib, nos arredores da região oeste da capital. Seu nome já era temido pelos iraquianos quando as tropas dos EUA fizeram filmes que mostravam abuso dos presos, menos de um ano após a invasão de 2003, que destituiu Saddam.
As fotos desses incidentes despertaram raiva e revolta ao redor do mundo e foi o combustível para o crescimento da insurgência antiamericana no Iraque. O ex-presidente dos EUA George W. Bush chamou os episódios de tortura como o ponto mais baixo de sua administração.
Abu Ghraib fica localizada em uma área que foi palco de pesados combates nos primeiros anos da insurgência iraquiana, e as forças armadas dos EUA fecharam as instalações em 2006, após construírem um campo prisional de grandes proporções no deserto, em área de fronteira com o Kuweit.
Ibrahim disse que a prisão reformada receberá apenas entre 13.000 e 14.000 prisioneiros, incluindo 3.500 com penas longas a serem cumpridas e que estão espalhados por todo o território iraquiano. A única tarefa a ser feita, segundo ele, para que a reforma esteja completa é o reequipamento do hospital da cadeia.
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