Procuradores pediram uma sentença de prisão perpétua para um ex-comandante do Khmer Vermelho, no Camboja, que em julho deste ano foi sentenciado a uma pena que muitos acharam leve por crimes de guerra, crimes contra a humanidade e delitos relacionados. O tribunal para o genocídio no Camboja, apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU), condenou Kaing Guek Eav - mais conhecido como Duch - e o sentenciou a 19 anos de prisão, após considerar que ele cooperou com as investigações, mostrou algum remorso pelos crimes e não participava do círculo decisório do Khmer Vermelho.
O porta-voz do tribunal, Lars Olsen, disse hoje que os procuradores apresentaram novos documentos e pediram que o tribunal estabeleça uma sentença mais pesada. O apelo foi impetrado dia 13, mas publicado apenas hoje. Ao anunciar a decisão de apelar, em agosto, os procuradores disseram que o julgamento original "deu peso insuficiente à gravidade dos crimes de Duch, seu papel e vontade em participar desses crimes".
O tribunal para o genocídio no Camboja busca Justiça para as cerca de 1,7 milhão de pessoas mortas em execuções, trabalhos forçados, inanição e doenças, provocado pelo regime comunista do Khmer Vermelho no Camboja entre 1975 e 1979. O advogado de Duch, contudo, também afirmou que seu cliente deseja apelar da sentença de 19 anos e buscará a libertação.
Duch foi o primeiro ex-integrante do Khmer a ser julgado pelo tribunal. Ele comandou uma penitenciária na qual 16 mil pessoas foram torturadas e depois executadas. Também culpado de tortura e assassinato, Duch foi originalmente sentenciado a 35 anos de prisão. O tempo de prisão foi reduzido em 11 anos, período que Duch já estava preso antes do julgamento, e ele teve mais 5 anos descontados porque esteve ilegalmente detido em uma prisão militar, após a derrocada do Khmer, em 1979.
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