Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Panchen Lama

Prisioneiro político mais jovem do mundo completa 17 anos

Um jovem tibetano apontado por grupos de defesa dos direitos humanos como o prisioneiro político mais jovem do mundo completa 17 anos na terça-feira, 11 anos depois de ter desaparecido quando se transformou no segundo líder religioso mais importante da região.

O paradeiro de Gendun Choekyi Nyima -- que, segundo grupos de defesa dos direitos humanos, vive em prisão domiciliar desde que o Dalai Lama fez dele o 11o. Panchen Lama -- é um dos segredos de Estado mais bem guardados da China.

Uma importante autoridade canadense fez pressão, neste mês, durante uma visita ao Tibet, para ter acesso a Nyima, mas não conseguiu.

Autoridades chinesas repetiram as declarações de que o Panchen Lama está "em segurança, vivendo confortavelmente e que deseja preservar sua privacidade", afirmou o canadense, que não quis ter sua identidade revelada.

O porta-voz do gabinete chinês de governo não respondeu a uma série de perguntas enviadas por fax na semana passada.

O anúncio unilateral do Dalai Lama deixou os chineses furiosos. O governo comunista e ateu do país tirou o nome de Nyima de uma lista de candidatos e deu apoio à nomeação de Gyaltsen Norbu para ser a reencarnação do 10 Panchen Lama, morto em 1989.

Os budistas tibetanos acreditam na reencarnação e que a alma de um "Buda vivo" migra para o corpo de um menino pouco depois da morte do monge sagrado.

Esse menino é identificado por meio de uma busca mística que inclui uma série de testes antigos e rigorosos tais como identificar objetos que pertenceram ao lama morto.

Enquanto Nyima continua desaparecido, Norbu estudou o budismo e fez sua "estréia mundial" neste mês, no primeiro fórum religioso internacional realizado pela China desde 1949.

O esquema de segurança que cerca Norbu é bastante rigoroso, aparentemente para evitar qualquer tentativa de assassinato do adolescente de 16 anos, visto pelos simpatizantes do Dalai Lama como um impostor.

"A China fez uma aposta bastante alta em 1995, quando decidiu nomear seu próprio Panchen Lama. Parece que, até agora, isso foi um grande fracasso", afirmou Robbie Barnett, da Universidade Columbia.

O próximo Dalai Lama

Muitos analistas prevêem que a China, cada vez mais confiante devido ao seu crescente poder econômico e militar, exigirá do Dalai Lama que reconheça o Panchen Lama antes de permitir o regresso dele ao Tibet.

O Dalai Lama vive exilado na Índia desde 1959, quando fugiu após uma tentativa frustrada de levante.

Não se sabe se o presidente do Partido Comunista Chinês, Hu Jintao, que manteve proximidade do 10 Panchen Lama durante sua estadia no Tibet como chefe do partido, de 1988 a 1992, possui o poder de manobra suficiente para desfazer o que os governos anteriores consolidaram.

A linha-dura do partido tentou minar a influência do Dalai Lama sobre o Tibet e parece estar adiando os esforços de reconciliação na esperança de que o problema desapareça depois da morte do líder budista, hoje com 70 anos.

Ao insistir em sua escolha para o Panchen Lama, a China pode ter perdido influência na nomeação do próximo Dalai Lama.

"A China perdeu uma grande oportunidade de controlar a seleção e o treinamento do próximo Dalai Lama", afirmou à Reuters Wang Lixiong, autor de dois livros sobre o Tibet que foram proibidos em território chinês.

O Karmapa Lama, que fugiu do Tibet e juntou-se ao Dalai Lama na Índia em 2000, e Renji, a filha do 10 Panchen Lama, são apontados por alguns como possíveis sucessores do Dalai Lama.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.