Uma série de prisões aconteceram paralelamente ou na seqüência das detenções dos suspeitos de terrorismo que pretendiam explodir aviões americanos e britânicos partindo da Grã-Bretanha. Elas aconteceram no Paquistão e na Itália. Segundo comunicados e declarações oficiais, pode haver um vínculo entre o complô e a Al-Qaeda.
A principal prisão foi a do britânico de ascendência paquistanesa Rashid Rauf. Ele e um outro britânico estavam entre as sete pessoas presas na semana passada no Paquistão, em Lahore e Karachi. O país afirma que ele é agente da Al-Qaeda e teve papel central no plano para explodir os vôos transatlânticos. Foi a prisão dele que levou ao desmoronamento da conspiração terrorista.
Segundo o próprio ministro do Interior, Aftab Ahmed Khan Sherpao, ele tem vínculos no Afeganistão.
Rauf já compareceu a uma audiência judicial neste sábado, de acordo com o Ministério do Interior paquistanês. Ainda não há detalhes de seu depoimento.
Agentes da inteligência paquistanesa monitoraram suas chamadas telefônicas durante certo tempo, até prendê-lo. Um integrante da segurança paquistanesa disse neste sábado que Rauf estava sendo vigiado desde que o serviço secreto britânico alertara para a presença dele no Paquistão.
- Ele estava aqui desde há algum tempo e estava sob vigilância desde então - disse o oficial à Reuters, sob a condição do anonimato. - Os telefonemas dele para a Grã-Bretanha e as comunicações via internet estavam sob monitoramento que ajudou a revelar o plano.
Ele é irmão de Tayib Rauf, um dos 24 suspeitos presos na quarta-feira desta semana na Grã-Bretanha. Agora se acredita que a base da operação eram os dois irmãos.
Depois das cinco prisões iniciais feitas pelo Paquistão na semana passada, mais detenções foram feitas, totalizando 11 até agora.
O primeiro-ministro Tony Blair telefonou ao presidente do Paquistão, Pervez Musharraf para agradecer a ajuda, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores.
A suspeita aumenta diante do fato de que uma mensagem codificada foi enviada aos supostos conspiradores, partindo do Paquistão, dizendo: "Ataquem agora". A informação é da CNN. A mensagem se seguiu a uma outra, que também ordenava o ataque, dias antes de o complô ser desbaratado.
Uma outra linha de investigação aponta para possíveis vínculos entre os suspeitos e agentes na Alemanha.
Dos 24 presos na Grã-Bretanha na noite de quarta-feira, um foi solto na sexta-feira. No mesmo dia, vizinhos e amigos disseram à imprensa que um dos suspeitos era uma pessoa que levava vida normal. Na verdade, todos tinham boa reputação entre vizinhos e amigos, diz a CNN. Um deles estudava bioquímica. Outro era funcionários do aeroporto de Heathrow e tinha acesso liberado a todas as seções do aeroporto.
Outro ponto de contato com o Paquistão: dois dos suspeitos tiveram contato com um paquistanês especialista em explosivos, Matiur Rehman . O governo paquistanês está ofecerendo cerca de US$ 150 mil por informação que leve a sua captura. Ele pode ser o cérebro da operação abortada.
Já a polícia italiana prendeu 40 pessoas como "parte de uma operação extraordinária que se seguiu à operação antiterrorista britânica", disse o Ministério do Interior, num comunicado distribuído na sexta-feira.
As prisões aconteceram em pelo menos cinco cidades, na quinta e na sexta-feira, em áreas de concentração de muçulmanos, e também em pontos de acesso à internet e agências de remessa de dinheiro, segundo o ministério.
Vinte e oito pessoas foram presas por violações de autorização de residência, e 12, por crimes contra a propriedade.
O governo do Paquistão divulgou comunicado afirmando que as prisões sublinham "o papel muito importante que tem sido desempenhado pelo Paquistão no desbaratamento desta rede internacional de terrorismo".
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