O otimismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à possibilidade de instalação de um polo gás-químico na Bolívia contrasta com os entraves que há tempos inviabilizam o avanço das conversações entre as partes envolvidas no projeto. A principal barreira está no fato de que, para o abastecimento do polo ser garantido, o fluxo de gás natural entre Bolívia e Brasil deveria ser de no mínimo 35 milhões de metros cúbicos, volume que ainda não é disponibilizado.
De acordo com a área de comunicação da Braskem, uma das empresas que deve viabilizar o projeto ao lado da Petrobras, o investimento na Bolívia é, atualmente, a terceira prioridade da empresa no exterior. Neste momento é maior a alocação de pessoal nos projetos da petroquímica na Venezuela, já em fase de implantação, e no Peru.
Apesar de o presidente Lula ter indicado nesta quinta-feira (15) que o anúncio do polo boliviano poderia ser feito "em breve", a Braskem informou que ainda não possui um cronograma para o avanço das conversações com o governo do país vizinho. Além da dependência da oficialização de um acordo de fornecimento de gás estável e de longo prazo, o projeto ainda está vinculado a novos investimentos que garantiriam um consumo maior de gás boliviano por parte do Brasil.