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Corrida para a Casa Branca

Acompanhe os processos que Trump está movendo para contestar a eleição

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca em 4 de novembro. O republicano contesta os resultados da eleição presidencial e abriu diversos processos na justiça (Foto: MANDEL NGAN / AFP)

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A apuração dos votos das eleições para a presidência dos Estados Unidos ainda está em andamento, enquanto o presidente Donald Trump está movendo diversos processos para pedir recontagens e contestar resultados nos estados mais importantes da corrida eleitoral. Segundo projeções da imprensa americana, o democrata Joe Biden lidera a disputa com pelo menos 279 votos no Colégio Eleitoral, contra 214 de Donald Trump.

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Confira como está a situação dos processos abertos pela campanha republicana:

Michigan: A tentativa mais recente da campanha de Trump é buscar impedir que o estado certifique sua contagem final de votos - que deve ser feita até 23 de novembro - até que as alegações de irregularidades sejam resolvidas pela justiça. A ação foi ajuizada nesta terça-feira (10) em um tribunal federal de Michigan. Um processo similar em um tribunal estadual foi negado pelo juiz.

A campanha de Trump juntou ao processo cerca de uma centena de depoimentos juramentados de pessoas que trabalharam na apuração dos votos no Michigan e alega que essas declarações provam a existência de irregularidades em massa na contagem dos votos. A maioria desses depoimentos, entretanto, são sobre como observadores da apuração, pertencentes ao Partido Republicano, não conseguiram chegar perto o suficiente das mesas para ver a tabulação dos votos, ou foram intimidados no local de apuração e tratados de forma diferente dos observadores democratas. Alguns depoimentos apontam para suspeitas de irregularidades, mas nada que comprove uma fraude eleitoral em massa e orquestrada. De acordo com uma análise do jornalista Leon Wolf, do site Blaze, todos esses testemunhos se referem a menos de mil cédulas no total. A vantagem de Biden sobre Trump no Michigan é de 146 mil votos e os meios de comunicação e empresas que projetam vencedores na corrida presidencial americana já indicaram a vitória do democrata. A apuração ainda está em andamento: cerca de 40 mil votos ainda precisam ser tabulados. Uma recontagem automática dos votos só ocorre quando a diferença é de menos de dois mil votos entre os candidatos.

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Pensilvânia: Há ao menos cinco processos no estado, sendo que a campanha de Trump desistiu de um e teve o pedido negado em outro. A campanha do republicano teve algumas vitórias judiciais quando conseguiu garantir que os observadores republicanos conseguissem ficar mais perto dos funcionários que estavam contando os votos e quando conseguiu que alguns dos votos provisórios fossem separados dos demais para revisão.

Assim como no Michigan, Trump está tentando impedir a certificação do resultado da eleição no estado, alegando que eleitores republicanos foram tratados de maneira diferente dos republicanos. Supostas alegações de fraude referem-se a suspeitas de irregularidades que não têm potencial de mudar o resultado da votação no estado.

Nesta quinta-feira, segundo apuração da Fox News, uma juíza da Pensilvânia decidiu a favor da campanha de Trump, ordenando que o estado não contasse as cédulas em que os eleitores precisassem fornecer prova de identificação e não o fizeram até 9 de novembro.

A lei estadual diz que os eleitores têm até seis dias após a eleição – este ano foi 9 de novembro – para sanar os problemas de falta de prova de identidade. Depois que a Suprema Corte da Pensilvânia decidiu que as cédulas pelo correio poderiam ser aceitas três dias após o dia da eleição, a secretária de Estado da Pensilvânia, Kathy Boockvar, apresentou orientação de que tal prova de identificação poderia ser fornecida até 12 de novembro, seis dias após a data limite para aceitação das cédulas.

Segundo a juíza, Boockvar não teria poderes para alterar esse prazo unilateralmente.

Em outro processo, a campanha do republicano pediu à Suprema Corte do país para invalidar uma decisão da Suprema Corte da Pensilvânia, que permitiu o recebimento de votos por correio até 6 de novembro, três dias após a eleição. Nesses dias a mais, as autoridades eleitorais receberam apenas 10 mil votos por correio. A vantagem de Biden em relação a Trump é de 54 mil votos e o democrata já foi projetado como vencedor neste estado.

A lei da Pensilvânia exige uma recontagem dos votos quando a margem é menor ou igual a 0,5% do total dos votos - o que não é o caso desta eleição -, mas certos condados podem optar por recontar se houver uma discrepância verificada.

Arizona: No condado de Maricopa, os republicanos alegam que funcionários eleitorais orientavam os eleitores a pressionar um botão verde da máquina de tabulação de votos quando o equipamento não conseguia contar o voto devido a manchas na cédula. A ação fazia com que os votos fossem invalidados. A campanha de Trump defende que “milhares de votos adicionais para o presidente Trump e outros candidatos republicanos” foram invalidados, mas um advogado do condado disse à Associated Press que cerca de 200 votos estão sendo questionados. O procurador-geral do Arizona, o republicano Mark Brnovich, disse na quarta-feira que Biden vai ganhar no estado e criticou a campanha de Trump por abrir um processo desafiando apenas 180 votos. A vantagem de Biden está diminuindo com o passar dos dias, mas ainda é de mais de 10 mil votos. Brnovich disse que ainda falta contar 50 mil votos.

Nevada: está em tramitação um processo no qual os republicanos alegam que milhares de votos foram depositados ilegalmente na região de Las Vegas por pessoas que não moram mais no estado. Segundo o Wall Street Journal, porém, parte desses votos poderiam ser de militares que servem no exterior ou fora do estado. Outros processos foram abertos no estado, mas os republicanos não tiveram sucesso. Biden é projetado como o vencedor da corrida eleitoral enquanto a contagem de votos ainda está em andamento. Ele tem mais de 36 mil votos de vantagem em relação a Trump. O prazo para confirmação do resultado da eleição é 16 de novembro. O republicano pode pedir uma recontagem, mas terá que pagar pelo processo.

Na Geórgia, o secretário de Estado, o republicano Brad Raffensperger, ordenou a recontagem manual dos votos da corrida presidencial. O trabalho será exaustivo, já que quase 5 milhões de pessoas votaram. Mas especialistas afirmam que a vantagem de Biden - de 14 mil votos - é grande o bastante para que Trump não consiga uma virada até que todos os votos sejam contados. Contudo, nenhum candidato foi projetado como vencedor na Geórgia até agora.

Outra recontagem de voto deve ocorrer, mas à pedido da campanha de Trump, em Wisconsin. Biden venceu por menos de um ponto percentual, abrindo brecha para que o candidato republicano possa pedir a recontagem - mas vai ter que pagar pelo trabalho.

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