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Tarek Saab

Procurador chavista da Venezuela ataca Milei e pede inclusão do argentino na lista vermelha da Interpol

O procurador-geral da Venezuela, o chavista Tarek William Saab, que utiliza seu cargo para perseguir adversários de Maduro, disse que haverá “o devido processo” (Foto: EFE/Ronald Pena R)

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O Ministério Público da Venezuela, controlado pelo chavista Tarek William Saab, solicitou nesta terça-feira (24) à Interpol um “alerta vermelho” contra o presidente da Argentina, Javier Milei, por “roubo qualificado” e outros seis crimes relacionados ao avião venezuelano-iraniano que foi retido em Buenos Aires no ano passado e enviado aos Estados Unidos em fevereiro deste ano.

Saab, por meio do MP, também “solicitou a inclusão com alerta vermelho” contra a secretária-geral da presidência argentina, Karina Milei, irmã do libertário, e a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, pelos mesmos crimes, que incluem “lavagem de dinheiro, simulação de atos puníveis, privação ilegal de liberdade, interferência ilegal na segurança operacional da aviação civil, inutilização de aeronaves e associação criminosa”.

“O pedido já foi enviado, vamos esperar para ver como a Interpol vai agir, com base nos danos causados, que são crimes comuns, que são crimes transnacionais, que violam as convenções contra o crime organizado”, explicou o chavista.

Em coletiva, Saab, um forte aliado do ditador Nicolás Maduro, classificou como “grosseiro” e “estúpido” o mandado de prisão anunciado nesta segunda-feira (23) por um tribunal argentino contra seu líder, Maduro, por crimes contra a humanidade. O procurador chavista disse que o pedido foi uma “vingança” de Milei, depois que a Justiça da Venezuela, controlada por Caracas, ordenou a detenção “preventiva” de presidente argentino e das duas funcionárias.

Na coletiva, Saab atacou Milei, classificando-o como um "desequilibrado mental": "Um de seus assessores é Conan, um cachorro morto, que em um sonho lhe sugeriu roubar nosso avião", disse Saab, sem mencionar, no entanto, que o avião iraniano foi retido ainda no governo do peronista Alberto Fernández (2019-2023), que tinha um relacionamento mais próximo com Maduro.

“Não é nada mais do que uma suposta retaliação, vingança, contra o Estado venezuelano por termos decidido agir contra o autor do roubo do avião, [...] uma reação de última hora totalmente desenfreada e desequilibrada do governo de Milei”, disse o procurador-geral. “Você é um copião, Milei, como [fazem] os meninos na escola", afirmou o chavista.

Saab também considerou que essa ação do sistema judiciário argentino faz parte “dos contínuos ataques orquestrados pelos Estados Unidos e outras potências estrangeiras e seus satélites no continente para ofender, manchar a soberania” da Venezuela.

O tribunal argentino, que é independente, também ordenou a prisão do ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, e de outros membros do governo chavista.

A decisão de emitir um mandado de prisão contra Maduro foi adotada pela Câmara Federal da Cidade de Buenos Aires em um caso aberto no início de 2023, com base em uma queixa contra o ditador chavista apresentada pelo Fórum Argentino para a Defesa da Democracia (FADD), e com base no princípio da jurisdição universal, que permite que os países processem crimes graves contra os direitos humanos, independentemente de onde tenham sido cometidos. O caso recebeu o apoio do governo de Milei por meio de Bullrich, que esteve presente nas audiências e que integra o FADD.

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