A senadora Piedad Córdoba, que media uma negociação de paz entre o governo da Colômbia e as Farc, foi destituída e não poderá exercer cargos públicos por 18 anos por ter promovido e colaborado com os rebeldes, informou a Procuradoria Geral nesta segunda-feira.
A decisão afeta a legisladora do Partido Liberal, a quem as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) entregaram nos últimos anos vários de seus reféns sequestrados.
O procurador-geral, Alejandro Ordóñez, disse que a investigação contra a senadora foi originada nos arquivos encontrados nos computadores do comandante das Farc Raúl Reyes, morto em março de 2008 em um bombardeio de militares colombianos em uma região de selva do Equador.
"Neles (nos computadores) foi possível estabelecer que na troca de documentos entre o grupo guerrilheiro e a senadora, que se identificou com os pseudônimos de Teodora, Teodora de Bolívar, La Negra e La Negrita, a parlamentar excedeu suas funções e também na autorização dada pelo governo para gerenciar o intercâmbio humanitário", revelou o procurador.
A procuradoria, organismo responsável por fiscalizar o comportamento dos funcionários públicos, assegurou que a investigação constatou que Piedad instruiu e solicitou às Farc a entrega de provas de vida dos sequestrados para favorecer governos de outros países.
Segundo ele, Piedad realizou declarações em diferentes eventos públicos nos quais exerceu atos de promoção com o intuito de favorecer os interesses do grupo.
O advogado da senadora, Ciro Quiroz, anunciou que impugnará a decisão do procurador.
O grupo rebelde é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura