O procurador-geral egípcio que comandava os processos judiciais contra o presidente deposto Mohammed Mursi e seus aliados da Irmandade Muçulmana foi morto ontem em um atentado a bomba no Cairo. Hisham Barakat, de 65 anos, passou por uma cirurgia, mas não resistiu.
A bomba que matou Barakat foi colocada em um carro estacionado em uma avenida do bairro Masr El Gedida, ao lado da Academia Militar, e foi detonada quando seu veículo passava. A explosão causou danos em carros e casas da região e deixou outras sete feridos.
O ataque foi o mais significativo de uma série de atentados de islâmicos radicais contra o judiciário egípcio. Juízes e autoridades governamentais vêm sendo cada vez mais visados por radicais que se opõem ao presidente Abdel Fattah al-Sisi e que se revoltaram com as penas de prisão e as condenações à morte impostas a membros da hoje ilegal Irmandade Muçulmana.
Barakat assumiu o cargo de procurador-geral do Egito em julho de 2013, ano do golpe militar que derrubou o primeiro presidente eleito democraticamente no país, Mohammed Mursi, após a queda do ditador Hosni Mubarak, em 2011, em meio à Primavera Árabe. O golpe de 2013 foi comandado pelo atual presidente do país, Abdel Fattah al-Sisi. Desde então, as autoridades vêm perseguindo os partidários da Irmandade Muçulmana, acusados de serem uma ameaça à segurança nacional.
No dia 16 de junho, um tribunal egípcio confirmou a condenação à morte de Mursi por atos violentos durante seu governo. Ele já havia sido condenado à prisão perpétua por espionagem a favor de grupos radicais.
O atentado de ontem foi reivindicado nas redes sociais por um grupo pouco conhecido chamado Movimento de Resistência Popular.