O procurador-geral da Venezuela, o chavista Tarek William Saab, foi na linha de uma declaração recente do ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, e disse que não há presos políticos no país.
Segundo informações do site Efecto Cocuyo, Saab falou, em discurso transmitido pela emissora VTV, sobre as pessoas presas durante os protestos contestando a fraude eleitoral de julho na Venezuela, que manteve o ditador Nicolás Maduro no poder.
“Essas pessoas não são presos políticos, são criminosos que se prestaram a ações terroristas, criminosas, dos chamados ‘comanditos’, para desencadear uma guerra civil na Venezuela. Teria acontecido a mesma coisa em 2017, foram planejadas 3 mil mortes em vários meses, mas a resposta do Estado e do povo impediu isso”, disse Saab.
Segundo o boletim mais recente da ONG Foro Penal, a Venezuela tem 1.963 presos políticos, dos quais 1.836 foram detidos na repressão após a fraude eleitoral de 28 de julho. Sessenta e nove presos políticos são menores de idade, e Saab falou sobre esses casos.
“É antiético que estes casos sejam apresentados como se fossem de natureza política. Na Venezuela não há crianças detidas, são adolescentes que foram usados para provocar estes atos. É uma estratégia para prejudicar a democracia venezuelana e as suas autoridades e retratar os detidos como heróis. Nos reunimos com os familiares dos falecidos e os ajudamos, bem como com os familiares dos presos cujos direitos humanos foram respeitados em locais de reclusão”, alegou o procurador-geral.
Saab disse que os 28 assassinatos que ocorreram durante os protestos foram resultado de ações de grupos contrários ao chavismo – que teriam matado “com tiros, espancamentos, facadas”. ONGs, a oposição e a imprensa independente sustentam que as forças de segurança chavistas foram responsáveis pela violência.
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