A Procuradoria-Geral da Coreia do Sul acusou nesta quinta-feira (24) de homicídio por negligência e violação das leis marítimas 11 dos 15 membros resgatados da tripulação da embarcação Sewol, cujo naufrágio deixou mais de 300 mortos e desaparecidos.
Os procuradores acham que os tripulantes não fizeram qualquer operação de salvamento: se protegeram na cabine enquanto esperavam para ser resgatados pela Guarda Costeira, informou a emissora sul-coreana "Arirang".
As acusações aos membros da tripulação podem levar a no mínimo três anos de prisão.
Quanto ao capitão, que permanece detido pelo mesmo motivo, é acusado pelas autoridades de "assassinato por omissão" por supostamente não evacuar o barco, deixando a maioria dos passageiros presa.
Hoje, alguns tripulantes interrogados admitiram que não tentaram resgatar os passageiros a bordo, enquanto o chefe de máquinas se defendeu.
"Eu não pretendi fugir" deixando os passageiros para trás, respondeu o maquinista à imprensa após ir a um tribunal na cidade portuária de Mokpo, no sudoeste do país e perto das águas onde naufragou o barco na quarta-feira 16.
As autoridades acreditam que o funcionário da embarcação conseguiu escapar através de uma passagem reservada aos membros da tripulação, após pedir aos passageiros que não se movimentassem, mas ele assegura que escapou "exatamente antes de a embarcação começar a virar totalmente".
A investigação revelou que sete membros da tripulação, incluindo o chefe de máquinas, estão entre os primeiros a chegar à costa em um bote salva-vidas após o resgate.
A balsa Sewol começou a se inclinar na manhã do dia 16, quarta-feira, supostamente por uma curva brusca que levou ao deslocamento da carga, e em pouco mais de uma hora já estava completamente afundada.
Das 476 pessoas que viajavam na balsa, apenas 174 puderam ser resgatadas, entre elas quase toda a tripulação, enquanto o número de mortos confirmados chegou hoje a 171 e outros 131 passageiros, a maioria adolescente, permanecem desaparecidos - e já não há esperanças de encontrá-los vivos.
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