A Procuradoria da Venezuela descartou nesta quarta-feira (10) que o vereador Fernando Albán tenha sido assassinado na prisão, como dizem opositores do governo, e reiterou que o político se suicidou.
O procurador-geral, Tarek William Saab, disse que a autópsia, realizada pelo médico Arnoldo Pérez, determinou que Albán morreu por traumatismo craniano devido ao impacto da queda do décimo andar do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência), na última segunda-feira.
“Albán apresentou múltiplas fraturas em várias áreas – cabeça, tórax e extremidades – devido à queda, com 4 feridas, as quais apresentaram uma reação vital que determinou que no momento do impacto a vítima estava viva”, afirmou.
Saab afirmou ainda que está sendo investigada uma grande quantidade de mensagens e de vídeos encontrados no telefone, no e-mail e nas redes sociais do vereador.
Mas a tese de que ele teria se jogado da janela de um banheiro enquanto aguardava para ser transferido mudou. Na nova declaração, Saab afirmou que “no almoço, ele [Albán] levantou-se abruptamente da mesa, dizendo que queria ir ao banheiro”. “Ele correu para uma janela panorâmica no corredor do 10º andar e se jogou no vazio”, completou.
Nesta semana, a jornalista investigativa venezuelana e escritora Ibéyse Pacheco, perseguida pelo governo de Hugo Chávez e Maduro, havia alertado que o cubículo do banheiro do Sebin, do qual se afirmava que Albán teria se jogado, não possui janela.
Opositores como o deputado Julio Borges declararam que Albán já estava morto quando caiu no asfalto. "Foi lançado sem vida do edifício de Sebin", afirmou Borges, que vive exilado na Colômbia.
Os Estados Unidos também acusaram Caracas de envolvimento na morte do oposicionista.
"Os Estados Unidos condenam o envolvimento do governo Maduro na morte do vereador oposicionista Fernando Albán", diz o comunicado divulgado pela Casa Branca. Foi a primeira vez que um governo acusou Caracas de envolvimento no caso.
Nossas convicções: A dignidade da pessoa humana
Investigação independente
Na terça-feira (9), o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, a União Europeia e o governo brasileiro pediram uma investigação transparente sobre as circunstâncias da morte do vereador.
O governo brasileiro considera que o caso levanta "legítimas e fundadas dúvidas quanto a eventuais responsabilidades e exigem a mais rigorosa, independente e transparente investigação".
Albán foi detido na semana passada por suposto envolvimento em ataque de drones contra o ditador Nicolás Maduro, em agosto.
Na tarde de quarta-feira, o corpo de Albán foi enterrado. Antes, familiares, amigos e companheiros de partido percorreram 15 quilômetros em uma caminhada para homenagear o vereador.
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