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O Ministério Público de Nova Iorque processou nesta quarta-feira (21) Donald Trump, além dos seus três filhos adultos e a Organização Trump, empresa do ex-presidente dos Estados Unidos, por obtenção fraudulenta de empréstimos, benefícios de seguro e pagamento de impostos abaixo dos valores corretos.
A procuradora-geral Letitia James disse no Twitter que Trump cometeu “fraude fiscal” entre 2011 e 2021 e que o estado americano pede uma compensação de US$ 250 milhões, um veto aos negócios dos Trump e uma restrição na compra de imóveis comerciais nos próximos cinco anos.
“Descobrimos que Trump, sua família e a Organização Trump utilizaram avaliações de ativos fraudulentas e enganosas cerca de 200 vezes em dez anos em suas declarações financeiras anuais. Esses retornos foram usados para obter centenas de milhões de dólares em empréstimos e cobertura de seguro”, afirmou.
A procuradora alegou em um comunicado que Trump usou seus filhos Donald Jr, Eric, Ivanka e executivos sêniores de sua empresa para “inflar e esvaziar ilegalmente seu patrimônio líquido em bilhões” de dólares, a fim de enriquecer e “mentir para o sistema”.
O negócio familiar do ex-presidente supostamente induziu bancos a lhe emprestar dinheiro em condições mais favoráveis e seguradoras a lhe dar mais cobertura por prêmios mais baixos, além de tirar vantagens fiscais, de acordo com a acusação.
As alegações, que James levou à Suprema Corte estadual, são o resultado de uma extensa investigação civil que se arrastou por três anos, com uma batalha jurídica na qual Trump tentou dificultar e atrasar intimações para depoimentos ou entrega de documentos.
No início de agosto, ele compareceu perante a procuradora para depor por ordem de um juiz, mas invocou a Quinta Emenda à Constituição, que permite que um réu investigado permaneça em silêncio para evitar incriminar a si mesmo.
Além de apresentar o processo judicial, a procuradora recomendou a abertura de ações criminais ao Departamento de Justiça e ao serviço federal de arrecadação de impostos.
Trump reagiu à denúncia com uma postagem na sua rede social, a Truth Social: “Outra caça às bruxas promovida por uma procuradora-geral racista, Letitia James, que fracassou na sua candidatura a governadora, recebendo quase zero apoio do público, e agora está indo mal contra o candidato a procurador-geral altamente respeitado Michael Henry. Eu nunca pensei que este caso seria levado adiante, até ver os números realmente ruins dela nas pesquisas. Ela é uma fraude que faz campanha em uma plataforma de ‘caça ao Trump’, apesar do fato de que a cidade [de Nova Iorque] é um dos maiores desastres do mundo em crimes e assassinatos sob sua vigilância!”.
