A Procuradoria do Paraguai informou nesta terça-feira (18) que está investigando possíveis abusos da polícia durante a operação de despejo de um grupo de sem-terras há um ano em Curuguaty, perto da fronteira com o Brasil, um massacre que foi o estopim do impeachment do presidente Fernando Lugo.
O procurador-geral do Estado, Javier Díaz Verón, e a procuradora adjunta de Direitos Humanos, María Teresa Aguirre, informaram sobre essa investigação a representantes da Coordenadora de Direitos Humanos do Paraguai (Codehupy) com os quais se reuniram hoje, segundo um comunicado do Ministério Público.
A investigação está a cargo dos procuradores Martha Sandoval e Santiago González, e é independente da que foi realizada pelo promotor de Curuguaty, Khalil Rachid, que acusou 12 camponeses por homicídio doloso, formação de quadrilha e invasão de propriedade particular.
Seis policiais e 11 camponeses morreram em 15 de junho de 2012 em um enfrentamento durante a operação de despejo dos sem-terras de uma fazenda cuja propriedade está em litígio entre o Estado paraguaio e a família do empresário Blas N. Riquelme.
Rachid concluiu que os policiais foram "vítimas" de uma emboscada e só acusou camponeses. Esta causa está pendente de uma audiência preliminar que foi adiada em várias ocasiões desde o dia 14 de fevereiro.