A Procuradoria-Geral do Egito começou ontem a investigar 650 pessoas suspeitas de envolvimento no ato de violência que matou pelo menos 55 pessoas em frente de um complexo militar no Cairo, na segunda-feira.
As mortes ocorreram porque os soldados abriram fogo contra uma multidão que protestava contra a derrubada do presidente Mohamed Mursi pelos militares, na semana passada.
A Irmandade Muçulmana, instituição a que Mursi pertence, e sobreviventes da violência disseram que estavam realizando pacificamente as preces da madrugada quando forças de segurança começaram a atirar contra eles, sem que tivessem sido provocadas.
Os militares afirmam que homens armados atacaram soldados na área ao redor do complexo da Guarda Republicana, causando a morte de um militar e ferimentos em outros 42.
A agência estatal egípcia de notícias Mena informou que os suspeitos estão sendo acusados de crimes como assassinato, tentativa de assassinato, vandalismo, porte de armas e munição sem licença, obtenção de explosivos, comprometimento da segurança pública "com finalidade terrorista" e bloqueio de vias.
A notícia não especifica quem está sob investigação, mas se refere ao incidente como "um ataque de grupos terroristas contra soldados e oficiais das Forças Armadas".
O governo interino do Egito anunciou na segunda-feira ter formado um comitê judicial também para investigar a matança que aprofundou a turbulência política na qual o Egito está mergulhado.