A Procuradoria Militar de Israel decidiu abrir seis investigações de soldados e oficiais do exército pela morte de 50 palestinos durante a última ofensiva em Gaza, suspeitos de terem violado o código de conduta militar.
Os casos, que já estavam sob investigação preliminar, incluem a morte de quatro menores que em 16 de julho brincavam em uma praia de Gaza quando dois projéteis atingiram as imediações.
Também ampliará a investigação sobre o ataque a um colégio em Beit Hanoun da agência da ONU que cuida dos refugiados palestinos (UNRWA), que matou 15 palestinos em 24 de julho, e sobre a morte de dois motoristas de ambulâncias um dia depois em dois fatos isolados.
Cerca de 2.200 palestinos morreram na última ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo os palestinos e organismos internacionais.
A Procuradoria Militar israelense recebeu mais de cem denúncias de ONGs de direitos humanos e organismos internacionais sobre supostos crimes de guerra, que estão sendo investigados desde o final da ofensiva, em 24 de agosto.
De acordo com o direito internacional, antes de empreender ações jurídicas, o estado denunciado tem a possibilidade de investigar e julgar os responsáveis por qualquer delito no campo de batalha.
A procuradoria também investiga é o de uma mulher palestina que obteve permissão para abandonar uma zona de guerra no sul da faixa e, apesar disso, foi atingida depois pelos disparos dos soldados.
Outro dos processos abertos é sobre as mortes de 27 membros de uma mesma família em um bombardeio em 20 de julho para matar a um miliciano islamita.
Em todos eles, informam a imprensa local, foram encontrados indícios de que os soldados e oficiais teriam desrespeitado as normas estabelecidas de abertura de fogo e o código de conduta militar.
Uma das principais acusações contra Israel em aquela guerra é a falta de proporcionalidade no uso da força militar para conter os milhares de foguetes lançados pelas milícias palestinas, liderados pelo movimento islamita Hamas.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU abriu também uma investigação, mas a comissão designada não conta com o apoio de Israel, que considera seu trabalho uma "farsa".
O país denúncia que seu presidente, o canadense William Schabas, expressou publicamente nos últimos anos fortes posturas anti-israelenses e até sua vontade de levar o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a um tribunal internacional, o que o desabilitaria como investigador imparcial.
A Procuradoria Militar israelense também notificou o fechamento de vários processos que estavam sob investigação penal, entre eles o da morte de sete palestinos em um ataque para matar um comandante da Jihad Islâmica.
Segundo o relatório, a presença das vítimas civis não pôde ser diferenciada durante o acompanhamento visual da operação antes do ataque e o projétil empregado era de pequenas dimensões e respondia às necessidades operacionais.
A investigação do ataque contra uma estação de ambulâncias do Crescente Vermelho no campo de Jabalya foi encerrada após comprovar que foram lançaram foguetes de suas imediações.
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