A Procuradoria-Geral da República vai pedir às autoridades do Panamá informações sobre os clientes brasileiros da empresa Mossack Fonseca, especializada na abertura de empresas sediadas em paraísos fiscais.
O pedido, que está sendo elaborado pela secretaria de cooperação internacional da PGR, será encaminhado ao Ministério Público do Panamá no esteio do escândalo “Panama Papers” – vazamento de mais de 11 milhões de documentos do escritório da Mossack Fonseca para o jornal alemão “Süddeutsche Zeitung”.
Entenda o esquema desvendado pela série Panama Papers
Leia a matéria completaO diário compartilhou os papéis com 376 jornalistas de 109 veículos em 76 países, todos ligados ao ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), uma entidade sem fins lucrativos com sede em Washington, nos Estados Unidos.
A série de reportagens foi batizada internacionalmente de “Panama Papers”.
Embora as informações que vieram à tona com o vazamento tenham utilidade para o trabalho de inteligência, o pedido de cooperação da PGR é dirigido à Procuradoria panamenha para que papéis e dados novos da Mossack Fonseca possam ter validade como prova em ações penais no Brasil.
A Mossack Fonseca tem uma filial em São Paulo, que foi vasculhada pela Polícia Federal em janeiro. Empregados da empresa foram detidos no curso da fase Triplo X da Operação Lava Jato.
Na época, o juiz Sergio Moro autorizou a busca e apreensão porque a Mossack foi utilizada por ao menos quatro suspeitos de pagar ou receber propina no esquema de corrupção da Petrobras para a abertura de offshores e, mais tarde, de contas no exterior.
No Brasil, a investigação foi conduzida pelo UOL, que faz parte do Grupo Folha, pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e pela RedeTV!.
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