Genebra - A brasileira Paula Oliveira, que em fevereiro simulou ter sido vítima de um ataque neonazista em Zurique, na Suíça, foi denunciada oficialmente pela procuradoria da cidade ontem e terá de responder pelo crime de "induzir a Justiça ao erro".
As autoridades locais rejeitaram a defesa de Paula, que alegava que ela tinha um estado mental instável. Agora, o futuro da brasileira, que está com o passaporte retido e não pode deixar a Suíça, será determinado por um juiz.
A procuradoria local quer a condenação de Paula ao pagamento de multa. Se condenada, ela ainda terá de pagar os gastos com advogados e peritos que trabalharam no caso.
Em fevereiro, a brasileira chamou a polícia e afirmou que tinha sofrido um ataque na periferia de Zurique. Ela dizia estar grávida e ter sido agredida por neonazistas. Houve grande repercussão internacional. O governo brasileiro chegou a elevar o tom contra as autoridades suíças, exigindo que os culpados fosse encontrados e julgados.
Em seu primeiro depoimento, Paula disse que o ataque teria causado o aborto de gêmeos. A denúncia mobilizou a diplomacia brasileira, que chegou a preparar uma ação na ONU. No entanto, dias depois, ela confessou que tudo não passava de uma armação.
Se comprovado que ela mentiu para as autoridades, a pena será mais dura e ela poderá ser sentenciada a até três anos de prisão A procuradoria, no entanto, explicou ao Estado que a recomendação não é a de prisão, mas sim de uma multa que não seria cobrada imediatamente. O valor só seria exigido caso a brasileira se envolvesse de novo em algum tipo de situação problemática.
Paula Oliveira, residente legal na Suíça, denunciou no dia 9 de fevereiro passado ter sido vítima de um grave ataque xenófobo na estação de Zurique. Na ocasião, Paula disse que o devido ao ataque sofreu um aborto, perdendo os filhos gêmeos que esperava.
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