Roma O primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, ganhou ontem um voto de confiança do Senado de seu país para continuar no cargo, assegurando a permanência no poder de sua coalizão de centro-esquerda. "Estou muito satisfeito", declarou Prodi.
Há nove meses como chefe do governo italiano, Prodi renunciou na semana passada, após perder no Senado uma votação-chave sobre política externa. No domingo, o presidente Giorgio Napolitano pediu a sua permanência no cargo, mas exigiu que ele submetesse seu gabinete ao Parlamento.
Como já era previsto, a vitória foi estreita 162 senadores votaram a favor do premiê e 157 contra. Em meio à tensão da votação, Prodi respirou aliviado quando recebeu o "sim" do ítalo-argentino independente Luigi Pallaro, cujo voto ainda era incerto. Quatro dos sete senadores vitalícios (também independentes) votaram a favor do premier, além de um democrata-cristão, normalmente alinhado com os conservadores.
A votação foi um grande teste para Prodi, cujos aliados contam com 67 cadeiras a mais que a oposição na Câmara dos Deputados, mas no Senado possuem uma maioria de apenas um assento. Seu objetivo ao renunciar era pressionar sua coalizão de centro-esquerda um emaranhado de nove partidos cujo espectro político vai desde a esquerda radical até os Cristãos Democratas a agir de forma mais coesa.
Na votação que levou à renúncia de Prodi, uma moção do governo pedindo o apoio do Senado à permanência dos 1.800 soldados italianos no Afeganistão, foi derrotada por apenas dois votos.
Para solucionar a crise, antes de pedir o voto de confiança ao Senado, Prodi prometeu mais diálogo com seus aliados, defendeu uma reforma eleitoral e exigiu que os nove partidos que o apóiam assinassem um termo lhe dando o direito explícito de ter a última palavra.