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Centenas de produtores rurais da Argentina começaram nesta quarta-feira (13) uma mobilização contra o governo do presidente Alberto Fernández devido a políticas econômicas que, para eles, não favorecem o desenvolvimento correto do setor agropecuário.
Este dia de protestos, promovido pela chamada Mesa de Enlace, que é composta pelas quatro principais associações de empregadores rurais do país, inclui a suspensão do comércio de grãos e gado por 24 horas, bem como manifestações e assembleias em várias partes do país.
As principais demandas do setor agrícola estão relacionadas à escassez de combustível, ao aumento dos preços do diesel e às restrições às importações, embora também haja reivindicações gerais, como a limitação dos gastos públicos, a redução das taxas de exportação e a promoção de medidas que "gerem confiança e incentivem os investimentos".
"O que o campo quer hoje é mostrar à opinião pública a realidade do que está vivendo, uma realidade com falta de políticas, com decisões que não geram confiança e que infelizmente vão contra o que não só o setor agrícola, mas todo o país precisa", disse o presidente das Confederações Rurais Argentinas, Jorge Chemes, ao canal de notícias C5N.
O chefe de gabinete, Juan Manzur, expressou a rejeição do governo à greve, destacando o compromisso de "diálogo" com as organizações agropecuárias.
"Não concordamos com esta greve. Achamos que isso não leva a nada", disse Manzur a jornalistas.
O protesto ocorre em meio a um forte aumento dos preços internacionais das commodities desde a guerra na Ucrânia que favorece os agroexportadores da Argentina, um dos maiores produtores e exportadores mundiais de grãos e derivados.
De acordo com as últimas estimativas da Bolsa de Comércio de Rosário, as exportações de produtos agroindustriais atingirão US$ 41,281 bilhões em 2022, US$ 3,231 bilhões a mais do que no ano anterior, confirmando o setor como o principal gerador de moeda estrangeira no país.
Além dessa situação derivada da guerra na Ucrânia, o agro argentino tem tido um relacionamento difícil com os governos kirchneristas desde 2008, particularmente devido aos altos direitos de exportação sobre grãos e derivados, uma importante fonte de receita para a Receita argentina.
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