Tribunal federal de Boston, onde Charles Lieber, ex-presidente do Departamento de Química de Harvard, está sendo julgado| Foto: Divulgação
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Um tribunal federal em Boston, nos Estados Unidos, iniciou nesta semana o julgamento de um professor de nanotecnologia da Universidade de Harvard, acusado de ter mentido às autoridades americanas sobre seus laços com um programa de recrutamento acadêmico da China e de ter ocultado fundos que recebeu do governo chinês.

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O julgamento de Charles Lieber, ex-presidente do Departamento de Química de Harvard, teve início na terça-feira (14), com a escolha do júri, e continuou nesta quarta-feira (15), com as alegações iniciais da promotoria e da defesa do pesquisador. A expectativa é que o julgamento demore ao menos uma semana. Lieber se declara inocente.

Segundo informações da Reuters, Lieber foi denunciado em janeiro de 2020 como parte de uma ofensiva do Departamento de Justiça dos EUA para combater a espionagem econômica e o roubo de pesquisas por parte da China.

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A promotoria apontou que, como parte de um programa de recrutamento de talentos, a Universidade de Tecnologia de Wuhan destinou a Lieber mais de US$ 1,5 milhão para montagem de um laboratório na China, além de pagamentos de US$ 50 mil por mês e US$ 150 mil anuais para custeio de despesas.

Os promotores alegaram que Lieber mentiu aos investigadores sobre seu envolvimento no programa e também enganou Harvard, que em 2019 informou aos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) que o professor não participava do programa.

Outros pesquisadores foram denunciados a partir de investigações abertas pelo Departamento de Justiça sobre relações de acadêmicos com a China. O julgamento de um professor do Tennessee foi anulado; posteriormente, o pesquisador foi absolvido. Além disso, promotores retiraram as acusações contra seis outros pesquisadores.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]