Teerã O ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, reafirmou ontem que seu país nunca mais irá suspender atividades de enriquecimento de urânio uma precondição imposta pelos Estados Unidos para aceitar uma negociação direta com a república islâmica , e repetiu que Teerã está disposto a ingressar em negociações sem a imposição de condições prévias.
O chanceler iraniano fez a declaração um dia depois que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha mais a Alemanha deram início a discussões que podem resultar no aprofundamento de sanções contra o Irã por sua negativa em suspender o enriquecimento.
"Exigências de o Irã suspender o enriquecimento são ilegais e ilegítimas, além de uma estratégia política incorreta. Essa (suspensão) nunca será materializada", adiantou ele numa entrevista coletiva em Teerã.
Entretanto, o Irã está pronto para negociar sobre seu programa nuclear "sem nenhuma precondição" e dar garantias de que ele não será desviado para a construção de bombas, acrescentou.
Ele lembrou que o programa nuclear do Irã continua sendo fiscalizado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) subordinada à ONU. "As atividades do Irã estão sob a supervisão das câmeras e dos inspetores da AIEA", salientou.
O Irã suspendeu atividades de enriquecimento de urânio em 2003 como um gesto de boa vontade durante negociações com Grã-Bretanha, França e Alemanha, mas retomou o processo em 2006, quando concluiu que as conversações não estavam levando a lugar nenhum.
O urânio enriquecido é usado como combustível de reator nuclear, mas a partir de um determinado nível ele pode ser usado para a fabricação de bomba atômica.
Os EUA e alguns de seus aliados são contrários ao enriquecimento pelo Irã por acreditarem que a república islâmica está secretamente tentando desenvolver armas nucleares. O Irã garante que seu programa nuclear tem fins energéticos exclusivamente pacíficos.