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Donos de bares e restaurantes na Espanha, até a véspera o país europeu mais liberal aos fumantes, temem que a proibição do fumo em locais públicos efetivada neste final de semana será um golpe ao comércio e agravará a crise econômica.

"Isso afetará nossos negócios porque pessoas que vêm aqui gostam de tomar café e fumar um cigarro", disse Fidel, garçom em um café enfumaçado de Madri.

"Não é o momento certo para mudar a lei. Podemos mudá-la quando (a economia) melhorar, agora não."

A proibição, que passou a valer à meia-noite deste domingo, é uma das mais rigorosas da Europa, banindo o fumo em estabelecimentos públicos e espaços abertos, como áreas de recreação infantil e ao lado de hospitais. As multas por infringir a lei podem variar de 30 euros a 600 mil euros.

"Devemos lembrar que mais de 70 por cento da população da Espanha não fuma. Portanto, é lógico pensar que estarão mais confortáveis em bares onde não haverá fumaça de tabaco", disse o ministro da Saúde, Leire Pajin, ao Parlamento quando a lei foi aprovada, em dezembro.

A Federação Espanhola de Hotelaria estima que a nova lei provocará a perda de 350 mil empregos --o desemprego no país já chega a 20 por cento--, pois muitos espanhóis ficarão em casa em vez de evitar o cigarro enquanto tomam um café ou uma cerveja no bar.

Por outro lado, o governo espanhol, que luta para quitar seu enorme déficit durante a recessão econômica, parece esperar que a proibição não impeça tantos cidadãos de fumar.

O Instituto de Pesquisa Econômica da Espanha estima que a proibição provoque uma queda de 10 por cento na receita dos bares.

O setor hoteleiro contribui com 7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) da Espanha e o governo, com vantagem de apenas 15 por cento nas pesquisas de opinião, não pode se permitir tais perdas enquanto luta para criar empregos e reavivar a economia.

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