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O primeiro turno das eleições legislativas francesas, realizado neste domingo (30), trará a esperada derrota ao presidente Emmanuel Macron. Isso porque as primeiras projeções indicam que o Reunião Nacional (RN), maior partido da direita nacionalista, obterá 34% dos votos, segundo a pesquisa boca de urna, contra 28,1% da Nova Frente Popular (NFP), de esquerda; e 20,3% do Ensemble! (Juntos), grupo liderado pelo atual mandatário francês.
A porcentagem sugerida nas pesquisas representaria, em uma média das estimativas, entre 230 a 275 deputados para o RN, com a esquerda alcançando entre 150 e 180 deputados e o governo ficando com 65 a 95 deputados. Apesar dos números otimistas, a líder do RN, Marine Le Pen, destacou que "nada está ganho" e que o grupo necessita de uma maioria absoluta para que Jordan Bardella, seja nomeado primeiro-ministro.
Bardella, aliás, presidente do RN, de apenas 28 anos, fez um discurso amistoso e prometeu respeitar as decisões do presidente da República, mas valorizou a alternância no poder.
"Pretendo ser o primeiro-ministro de todos os franceses, respeitoso das oposições, aberto ao diálogo. Respeitarei as funções do presidente da República, mas serei intransigente em relação às políticas que aplicaremos", disse Bardella.
"Pesada derrota para Macron"
Macron enviou uma nota à imprensa esclarecendo que "diante do RN, a hora é de uma grande aliança claramente democrata e republicana para o segundo turno", mas não apontou apoio à NFP.
O resultado foi uma "pesada derrota para Macron", declarou Jean-Luc Mélenchon, uma das principais lideranças da NFP. É praticamente certa a saída de Gabriel Attal do cargo de primeiro-ministro, assumido por ele em janeiro, após a renúncia de Élisabeth Borne.
A esquerda anunciou apoio no segundo turno, que acontece no próximo domingo (7), aos candidatos de centro que tiverem mais chances de derrotar o RN. Na França o sistema permite mais de dois candidatos no segundo turno. Em muitos distritos acontecerá disputas entre os três partidos.
A participação nas eleições legislativas deste ano é a maior registrada nas últimas décadas. Cerca de 67,5% dos eleitores foram às urnas, contra 47,5% na eleição legislativa anterior, que aconteceu em 2022. A última vez que a participação foi tão alta, com 67,9%, foi 1997.