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Partidários do candidato a presidente José Mujica sairam às ruas para comemorar após o fim das votações no segundo turno da eleição presidencial do Uruguai | Miguel Rojo / AFP Photo
Partidários do candidato a presidente José Mujica sairam às ruas para comemorar após o fim das votações no segundo turno da eleição presidencial do Uruguai| Foto: Miguel Rojo / AFP Photo
  • Candidato da situação José Mujica (esq.) celebra com o presidente uruguaio Tabaré Vazquez a quase garantida vitória na eleição do país

Milhares de partidários da esquerda do Uruguai saíram às ruas neste domingo (29) em uma festa adiantada depois do fim da votação do segundo turno da eleição presidencial do país para comemorar a vitória do ex-guerrilheiro José Mujica, da Frente Ampla, segundo projeções de várias pesquisas de boca-de-urna. O candidato opositor do Partido Nacional, Luis Alberto Lacalle, já admitiu a derrota.

Avenidas de Montevidéu foram tomadas por simpatizantes de Mujica que portavam bandeiras, tocavam cornetas e soavam buzinas de automóveis depois do fim da votação, às 19h30 (horário local).

Oscar Bottinelli, da consultoria Factum, disse pela televisão que "não são esperadas surpresas", mas os dados de pesquisas de boca de urna e as projeções de contagens parciais começariam a sair só uma hora depois do fechamento das urnas. Mujica teria obtido 51,2 por cento dos votos, contra 44,9 por cento de Lacalle, segundo informou a Factum pela televisão.

Mujica, um agricultor de 74 anos que foi membro da guerrilha urbana Tupamaro no final dos anos 1960 e início dos 1970, foi para um hotel na costa da capital onde se concentravam partidários da Frente.

Resultado esperado

"No primeiro turno, em outubro, havia mais incerteza, não se sabia quem iria passar adiante. Neste já está decidido que Pepe (Mujica) vai ser presidente e o fato de Pepe ser presidente vai marcar com fogo a história do Uruguai", disse Cidy Simonena, uma administradora de 33 anos.

Por sua vez o presidente Tabaré Vázquez, um socialista moderado da Frente Ampla, que deixará o poder com popularidade recorde, também votou muito cedo, entre gritos de "volta, volta" de eleitores que estavam na seção, em referência às eleições de 2014.

Ao contrário do habitual, Vázquez estava relaxado. Ele permaneceu quase meia hora na seção eleitoral falando com dezenas de pessoas que lhe pediam autógrafos e também respondeu a todas as perguntas da imprensa.

Lacalle, advogado e proprietário de terras de 68 anos, que governou o país adotando políticas neoliberais entre 1990 e 1995, votou mais tarde, rodeado de partidários com bandeiras do PN. Ele disse que, qualquer que seja o resultado da eleição, dialogará com Mujica.

O candidato da Frente Ampla venceu o primeiro turno, em outubro, com quase 48 por cento dos votos válidos, mas como não obteve a maioria absoluta teve de ir ao segundo turno com Lacalle, que conquistara 29 por cento.

Para a votação definitiva, seis pesquisas de intenção de voto deram na quarta-feira ao ex-guerrilheiro um apoio estimado entre 49,1 e 50 por cento, diante de 41 a 42,1 por cento para Lacalle.

No Uruguai o voto é obrigatório e estão habilitadas a votar 2,56 milhões de pessoas, de um total de 3,3 milhões de habitantes. Milhares de residentes no exterior chegaram nos últimos dias ao país para participar da eleição.

Vázquez, oncologista de 69 anos, levou a esquerda pela primeira vez ao poder na história do Uruguai ao derrotar no primeiro turno Jorge Larrañaga, atual companheiro de chapa de Lacalle.

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