Diante da promessa do presidente François Hollande de legalizar o casamento gay, um novo projeto de lei quer banir as palavras mãe e pai de todos os documentos oficiais. A proposta, que deixou setores católicos do país indignados, visa a substituição das duas palavras por "pais", termo que seria usado em cerimônias de casamento para casais heterossexuais e homossexuais. O governo francês deve apresentar o projeto de lei que autoriza as uniões homossexuais no dia 28 de outubro.
Segundo a nova regra, "o casamento é uma união de duas pessoas, de sexos diferentes ou do mesmo sexo". A lei também daria direitos de adoção iguais para casais do mesmo sexo. De acordo com uma sondagem realizada pelo instituto Ifop e citada pela agência AFP, 65% dos franceses são favoráveis ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A ministra da Justiça Christiane Taubira defendeu a medida e disse ao jornal católico "La Croix" que não é possível afirmar que "um casal heterossexual dará melhores condições de vida a uma criança do que um casal homossexual". "O que é certo é que o interesse da criança é a maior preocupação do governo", afirmou.
Na semana passada, o arcebispo de Lyon na França, Philippe Barbarin, disse que o casamento entre pessoas do mesmo sexo pode levar a "uma ruptura social" que abre portas para a poligamia e o incesto, durante um debate sobre a legalização das uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Dias antes, no feriado da Assunção da Virgem Maria, os clérigos do país foram convocados a ler um "sermão universal" repassado pelo cardeal André Vingt-Trois, presidente da Conferência dos Bispos da França, que condena a união gay e a adoção por casais do mesmo sexo. A mensagem pregava que crianças e jovens "deixem de ser objetos dos desejos e conflitos dos adultos para se beneficiar plenamente do amor de um pai e de uma mãe".
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