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Reino Unido

Projeto prevê currículo para os bebês britânicos

Londres (EFE) – Um projeto de lei do governo britânico que estabelece um currículo nacional para crianças de até 3 anos de idade tem causado polêmica no país. Pela proposta, jardins de infância e babás profissionais seriam obrigados a se ajustar ao programa, destinado a ajudar as crianças a comparar, classificar e reconhecer símbolos.

O currículo se baseia em um documento publicado há dois anos, que dá uma série de conselhos para a observação cuidadosa da evolução das crianças do nascimento aos 38 meses. O texto assinala que "a criatividade, a imaginação e o poder de representação permitem às crianças compartilhar com outros seus pensamentos, sentimentos e identidades por meio de desenhos, palavras, movimentos, música, dança e jogos imaginativos".

O governo designará inspetores para que comprovem se as crianças cumprem os requisitos que caracterizam a "criança saudável" que incluem sua capacidade para expressar "alegria, tristeza, frustração ou medo e o desenvolvimento de estratégias para enfrentar novas situações".

Apesar das exigências, o projeto de lei não garante aos pais trabalhadores que alguém poderá cuidar de seus filhos durante sua ausência, mesmo com as promessas do governo de que esse serviço terá caráter universal. As autoridades locais terão a obrigação legal de fornecer esse tipo de serviço aos pais que trabalham apenas "quando for viável".

Para a Confederação Nacional de Associações de Pais e Professores, "as crianças serão privadas de sua infância assim que saírem da maternidade". "Desde o nascimento, a criança será governada pelo Ministério da Educação", afirmou Margaret Morrissey, porta-voz da confederação. Alguns especialistas dizem que o plano deixa pouco espaço para a criatividade infantil e reduz a margem de manobra dos responsáveis pelo cuidado das crianças.

Segundo o governo, o currículo foi elaborado depois que diversos estudos demonstraram que o início da educação tão cedo ajuda o indivíduo a se desenvolver mais rapidamente, tanto social como intelectualmente. "Não queremos sentar os bebês em cadeiras e obrigá-los a aprender a contar e a escrever se não for apropriado", disse Beverley Hughes, responsável pelo ensino infantil do Ministério da Educação do Reino Unido.

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