Um plano para limpar as águas da costa nordeste da Austrália e acabar com uma praga de estrelas-do-mar que vivem na região almeja recuperar o esplendor da Grande Barreira de Coral até o ano 2050.
A recuperação da Grande Barreira demoraria, em uma situação ideal, cerca de 20 anos. Mas a data estipulada em 2050 é considerada "mais realista" pelo diretor-executivo da Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Coral, Russell Reichelt.
Formada há dezenas de milhões de anos, quando a Austrália se separou do supercontinente Gondwana e se deslocou para o norte, a Grande Barreira compreende 3 mil recifes e mais de 1 mil ilhas, que se estendem ao longo de 2 mil quilômetros. A área abriga 400 tipos de coral, 1,5 mil espécies de peixes e 4 mil variedades de moluscos.
Em 1981, a Grande Barreira foi declarada pela Unesco a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura como Patrimônio da Humanidade.
Agora, a entidade avalia se a inclui em 2015 na lista de Patrimônio em Perigo pelo impacto do desenvolvimento da zona litorânea no ecossistema, pela qualidade das águas e pela saúde dos corais.
A ameaça motivou o governo australiano a publicar recentemente a minuta de um plano de recuperação da Grande Barreira até 2050.
Para os ecologistas, o documento é insuficiente, especialmente quando se trata de resolver o problema dos vazamentos causados pela dragagem de portos próximos à Grande Barreira.
Praga
Espécie de estrela-do-mar destrói ao menos 40% dos corais australianos
A estrela-do-mar-coroa-de-espinhos, praga que devora corais e cuja fêmea produz cerca de 60 milhões de ovos ao ano, chega a medir 40 centímetros quando adulta e é responsável pela destruição de mais de 40% dos corais na costa australiana.
Uma equipe liderada pelo cientista Steve Moon é a principal responsável pelos esforços para controlar a população das coroas-de-espinhos.São necessários cerca de quatro anos a mais para poder reduzir a população de estrelas-do-mar e para contribuir à restituição dos sistemas coralinos da Grande Barreira.
Russell Reichelt, da Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Coral, considerou que seria um erro incluir a Grande Barreira na lista de Patrimônios em Perigo já que a formação de corais conserva grande parte da integridade e dos valores naturais e as autoridades fazem o possível para conservá-la.
Intempéries
Segundo o Instituto de Ciências Marinhas, 48% da deterioração dos corais se deve às tempestades e aos ciclones, 42% pelas estrelas-do-mar-coroa-de-espinhos e 10% pelo aquecimento global.
Milhares
A Grande Barreira de Coral é formada por 3 mil recifes e mais de 1 mil ilhas, num raio de 2 mil quilômetros. A área abriga 400 tipos de coral, 1,5 mil espécies de peixes e 4 mil variedades de moluscos.