
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, aliado do ditador Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (10) uma investigação contra opositores venezuelanos que teriam recebido dinheiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês).
Segundo informações do site Efecto Cocuyo, Saab disse numa entrevista de rádio que já foram realizadas 25 investigações, que teriam apontado que o governo paralelo do oposicionista Juan Guaidó (2019-2022) teria recebido dinheiro da Usaid “em benefício do povo venezuelano” que na verdade teria sido usado para “conspirar contra um governo legítimo” (de Maduro, que praticou fraude eleitoral para continuar no poder).
“Desde 2023, solicitamos um alerta vermelho à Interpol para que Juan Guaidó e outros colaboradores sejam entregues à Justiça venezuelana por casos de desvio de bens, usurpação de funções, conspiração, promoção de atos de terrorismo, traição à pátria, entre outros”, disse Saab, que afirmou que a investigação abrange outros líderes oposicionistas, como Julio Borges e Leopoldo López.
O procurador chavista disse que fará um pedido formal às autoridades dos Estados Unidos para “levar essas máfias à Justiça e garantir que entreguem à Justiça venezuelana pessoas como Juan Guaidó e Leopoldo López”.
No X, Pedro Mario Burelli, empresário e membro da oposição, criticou Saab. “O promotor repressivo de uma ditadura encabeçada por um assassino e traficante de drogas com uma recompensa de US$ 25 milhões ousa inventar que os EUA estão investigando membros do governo interino de Guaidó por má administração de dinheiro que eles nunca administraram”, afirmou.
Guaidó e López não se manifestaram sobre a investigação, mas compartilharam o comentário de Burelli.
Na semana passada, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que bilhões de dólares podem ter sido desviados da Usaid durante o governo Joe Biden (2021-2025).
Uma reportagem da agência Reuters apontou que a Casa Branca planeja manter apenas 611 trabalhadores essenciais na agência, que conta hoje com mais de 10 mil funcionários em todo o mundo.
Na sexta-feira (7), um juiz federal de Washington suspendeu temporariamente uma medida do governo Trump que colocaria ao menos 2,2 mil funcionários da Usaid em licença administrativa à zero hora de sábado (8).
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