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Iraque

Promotor diz que quase interrompeu enforcamento de Saddam

Uma importante autoridade judicial iraquiana quase interrompeu a execução de Saddam Hussein por causa dos gritos de xiitas radicais quando o ex-presidente já estava na plataforma de enforcamento.

O promotor Munkith al-Faroon, que nas imagens do enforcamento aparece pedindo ordem, disse na terça-feira que ameaçou ir embora se os gritos não parassem - e isso teria interrompido a execução, já que a presença de um observador do Ministério Público é obrigatória por lei.

``Ameacei ir embora'', Faroon disse à Reuters. ``Eles sabiam que, se eu fosse, a execução não poderia continuar.'' As imagens de vídeo irritaram os sunitas, os xiitas moderados e os curdos.

As pessoas que assistiam ao enforcamento começaram a gritar ''Moqtada, Moqtada, Moqtada'', em referência ao líder xiita radical Moqtada al-Sadr. Saddam, por outro lado, aparece nas imagens com um semblante digno e responde: ``É isso que vocês chamam de humanidade?''

Enquanto o governo iraquiano investigava como celulares com câmeras de vídeo entraram no local da execução, o promotor questionou o relato do ministro da Justiça e de seu assessor, que afirmaram que a gravação das imagens foi feita por um guarda. Faroon afirmou que uma das duas pessoas que estavam filmando era um representante do governo.

``Duas autoridades estavam segurando celulares com câmeras'', disse Faroon, que foi vice-promotor do caso pelo qual Saddam foi enforcado e que é o promotor-chefe do segundo julgamento, que continuará mesmo sem Saddam e que trata de genocídio contra curdos.

``Um deles eu conheço. É uma autoridade do alto escalão do governo'', disse Faroon, recusando-se a identificar o homem. ``O outro também conheço de vista, mas não sei o nome.''

``Não sei como eles conseguiram entrar com o celular, porque os norte-americanos pegaram todos os telefones, até o meu, que não tem câmera.''

Faroon disse que foi o único promotor que participou do julgamento de Saddam por crimes contra a humanidade a estar presente em Bagdá, na execução.

Saddam Hussein foi condenado pelo assassinato de homens e meninos do vilarejo xiita de Dujail, em represália a um atentado frustrado contra sua vida, e pelo desalojamento e prisão de familiares das vítimas.

As imagens da execução divulgadas pelo governo não têm som, e mostram a colocação do laço no pescoço de Saddam. Os vídeos ilegais trazem os xingamentos, o momento em que o cadafalso se abre, deixando ex-presidente pendurado e com o pescoço quebrado.

Saddam estava desde que foi preso sob custódia de forças norte-americanas. Todos que participaram do julgamento de Saddam eram submetidos a minuciosas verificações de segurança. Os soldados norte-americanos entregaram Saddam aos guardas iraquianos apenas no sábado.

O embaixador dos EUA, Zalmay Khalilzad, pediu a Maliki que esperasse duas semanas para executar Saddam, disse uma autoridade iraquiana à Reuters. Mas acabou cedendo diante da insistência de Maliki e da apresentação por ele de uma autorização emitida pelo presidente do Iraque, que é curdo.

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