Ouça este conteúdo
Os irmãos Lyle e Erik Menendez, que estão cumprindo pena de prisão perpétua sem liberdade condicional, nos EUA, por matarem os pais em 1989, podem ter suas penas revistas após mais de 30 anos na prisão.
Isso porque o promotor público do condado de Los Angeles, George Gascón, recomendou a um juiz a reanálise do caso para aplicação de uma nova sentença aos condenados.
"Vamos recomendar ao tribunal [nesta sexta-feira] que a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional seja removida. [...] acredito que eles pagaram sua dívida com a sociedade e o sistema fornece um meio para que o caso seja revisado por um conselho de liberdade condicional, e se o conselho concordar com minha avaliação, eles serão liberados de acordo”, disse Gascón em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (24), na presença de familiares que apoiam a libertação dos irmãos.
"Devido à idade - ambos tinham menos de 26 anos na época dos crimes - eles seriam elegíveis para liberdade condicional imediatamente", acrescentou o promotor.
Gascón disse que espera conseguir uma audiência sobre a revisão do processo dentro dos próximos 30 a 45 dias. A decisão final será tomada por um magistrado e pelo conselho de liberdade condicional.
O caso dos irmãos Lyle e Erik Menendez, condenados em 1996 pela morte em primeiro grau de seus pais, Jose e Kitty, em 1989, na mansão da família, localizada na Califórnia, recebeu grande atenção da imprensa americana no passado e voltou a ganhar destaque público após a estreia de uma série da Netflix chamada Monsters: The Lyle and Erik Menendez History.
O reexame do caso pela promotoria distrital ocorreu após a defesa dos irmãos Menendez entrarem com um pedido de habeas corpus no ano passado, afirmando ter novas evidências a favor de seus clientes. O juiz pode considerar se os réus foram vítimas de abuso psicológico ou físico, se estão reabilitados e se são um perigo para a sociedade.
Na época da condenação, a acusação argumentou que os irmãos mataram os pais a tiros para obter ganhos financeiros, visto que Jose Menendez era um empresário cubano de muito sucesso na indústria do entretenimento. Já a defesa dos irmãos Menendez alegou que eles agiram em legítima defesa após terem sofrido anos de abuso sexual por parte do genitor.
