Promotores do gabinete do procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, enviaram nesta terça-feira (2) uma carta ao tribunal de Nova York onde o ex-presidente americano Donald Trump (2017-2021) foi considerado culpado por um júri no final de maio, para dizer que estão “abertos” à possibilidade de um adiamento de pelo menos duas semanas no anúncio da sentença.
Segundo informações da agência Associated Press, os promotores alegaram que esse prazo seria necessário para apresentar uma resposta a contestações de Trump. O anúncio da sentença está marcado para 11 de julho.
Na segunda-feira (1º), poucas horas após a Suprema Corte dos Estados Unidos anunciar uma decisão que concedeu imunidade parcial a presidentes e ex-presidentes americanos, em resposta a um recurso de Trump, os advogados do republicano protocolaram um pedido para que o anúncio da sentença fosse adiado para que pudessem avaliar se o entendimento do máximo tribunal americano poderia influenciar o desfecho do caso de Nova York.
A Suprema Corte dos Estados Unidos deliberou que ocupantes ou ex-ocupantes do cargo mais importante do Executivo americano podem reivindicar imunidade por “atos oficiais” praticados durante seus mandatos.
A Suprema Corte tomou a decisão, por seis votos contra três, após Trump apresentar recurso contestando o entendimento de um tribunal de apelações, que em fevereiro havia deliberado que o republicano, adversário do presidente Joe Biden na eleição presidencial de novembro, não tinha direito a imunidade no processo em Washington que apura se ele teria responsabilidade pela invasão dos seus apoiadores ao Capitólio em janeiro de 2021 (quando Trump ainda era presidente).
Com a decisão desta segunda-feira da Suprema Corte, o republicano pode reivindicar imunidade no caso – caberá aos juízes de instâncias inferiores deliberar o que são “atos oficiais” de um presidente ou não –, que dificilmente terá desfecho antes da eleição de 5 de novembro.
Entretanto, ainda não se sabe como a decisão pode influenciar os outros três processos criminais contra Trump, incluindo o de Nova York.
No final de maio, Trump foi considerado culpado por um júri em Nova York em 34 acusações de que teria fraudado registros das suas empresas para ocultar um pagamento de US$ 130 mil à atriz pornô Stormy Daniels, para que ela não revelasse antes da eleição de 2016 um relacionamento que ambos supostamente tiveram dez anos antes.
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