A Promotoria Pública do Chile recomendou nesta quinta-feira (7) a extradição do ex-presidente peruano Alberto Fujimori para enfrentar em seu país as acusações de delitos de corrupção e de abusos aos direitos humanos durante seu mandato.

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O comunicado da promotora Mónica Maldonado ao juiz Orlando Alvarez, encarregado do processo que se iniciou há mais de um ano, menciona peculato, grampo telefônico, desvio de dinheiro, além das mortes nos casos La Cantuta e Barrios Altos, entre uma dezena de crimes que justificam a extradição de Fujimori.

"Esta Promotoria dá o parecer de que vossa senhoria excelentíssima acolha o requerimento de extradição do cidadão peruano Alberto Fujimori Fujimori, formulada pelo Governo da República do Peru", disse Maldonado no comunicado.

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Fujimori foi informado sobre a recomendação durante um almoço com amigos em Santiago, segundo fontes próxima ao ex-presidente. Ele não fez declarações.

Com a recomendação, que não tem força de ordem, o juiz Alvarez revisará todos os antecedentes recolhidos e, em seguida, dará sua sentença. A decisão do magistrado será então revisada pela Corte Suprema, cuja decisão é inapelável.

Alfredo Etcheberry, advogado do Peru no Chile, comemorou a resolução e disse que analisa a possibilidade de mudar a ordem para Fujimori não sair do país.

"Se é pertinente ou não pedir uma medida de detenção, ainda temos de estudar cuidadosamente e consultar nosso cliente, que é a Procuradoria de Lima", disse Etcheberry a jornalistas.

O governo da presidente chilena, Michelle Bachelet, indicou várias vezes que fará cumprir o resultado do processo de extradição de Fujimori. No Peru, há temores de que o ex-presidente peça asilo na embaixada do Japão em Santiago.

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"O que faremos, como governo, é dar garantias para, qualquer que seja a resolução adotada pela Corte Suprema, que seja cumprida", disse a jornalistas o ministro porta-voz, Ricardo Lagos Weber.

O ex-presidente, que governou o Peru entre 1990 e 2000, nega as acusações contra ele.

Fujimori, 68 anos e filho de imigrantes japoneses, chegou a Santiago, vindo de Tóquio, em novembro de 2005. Depois de passar seis meses na prisão, recuperou a liberdade, mas está impedido de sair do Chile.

Depois da chegada surpresa de Fujimori ao Chile, o Peru pediu sua extradição, usando como justificativa os casos das chacinas de Barrios Altos e La Cantuta, em que 25 pessoas morreram nas mãos de um esquadrão da morte que operava durante seu governo.