Leopoldo López durante protestos de 2014: ação nas manifestações é argumento governista para sua prisão| Foto: JS/gk/JORGE SILVA

O Ministério Público da Venezuela pediu que o líder opositor Leopoldo López, preso há um ano sob pretexto de apoiar violentos protestos antigoverno, seja condenado pelos crimes de instigação pública (equivalente a incitação à violência), associação para delinquir (formação de quadrilha) e depredação de patrimônio.

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Em requerimento formalizado na noite de segunda (31) para terça-feira (1º), o MP também pediu que quatro estudantes que participaram dos protestos contra o governo sejam condenados pelos mesmos crimes.

Um tribunal de Caracas deve emitir a sentença nos próximos dias.

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Especulações entre membros da oposição e jornalistas especializados em temas jurídicos variam entre 5 e 20 anos de cadeia. López poderá recorrer da sentença.

A defesa diz que as acusações são infundadas e que nenhuma prova se sustenta. Os advogados exigem que López, líder do partido Vontade Popular e tido como um dos mais radicais opositores, seja inocentado e libertado.

Mas, num país onde críticos dizem não haver separação entre Poderes, as chances de absolvição são vistas como quase nulas.

O argumento central da acusação é que López carrega responsabilidade pelas 43 mortes ocorridas durante os protestos no ano passado por ter lançado suposto apelo a simpatizantes para que semeassem o caos.

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“O dirigente fez pronunciamentos através dos meios de comunicação e das redes sociais que claramente incitaram seus seguidores a causar violência nas ruas e a ignorar o governo nacional e as instituições do Estado”, disse o MP em comunicado.

A Promotoria disse que o pedido de condenação se baseia no resultado de 70 audiências em tribunal e análise de 108 supostas provas, incluindo a opinião de um semiólogo que disse ter enxergado mensagens subliminares de apoio à violência em declarações públicas López.

O caso de López vem atraindo ampla atenção internacional.

A campanha pela libertação do político é liderada pela sua mulher, a ex-apresentadora de TV Lilian Tintori, que foi recebida nesta terça pelo secretário de Estado americano, John Kerry.