Na semana em que completa 3 meses na presidência do Peru, Dina Boluarte será interrogada pela promotoria peruana dentro das investigações levadas a cabo desde janeiro deste ano para apurar crimes de genocídio, homicídio qualificado e lesões graves ocorridos em razão dos protestos desencadeados desde a destituição do ex-presidente Pedro Castillo, de quem Dina Boluarte era vice.
Castillo saiu do poder em 7 de dezembro de 2022, detido após uma tentativa frustrada de autogolpe. Desde então, o país vive uma onda de protestos que já culminaram na morte de cerca de 50 pessoas e centenas de feridos em recorrentes confrontos entre policiais e manifestantes.
Incapaz de conter os protestos e seus danos, Dina Boluarte passou a ser investigada pelo Ministério Público do país. Ao jornal peruano El Comércio, a advogada da presidente, Kelly Montenegro, confirmou a citação da presidente para participar de audiência nesta terça-feira (7) e garantiu que Dina Boluarte atenderá à diligência de forma presencial, conforme demandou a promotoria.
A advogada declarou que a participação da presidente no interrogatório se dará “com toda a vontade de querer ajudar nas investigações”. E informou que deve se reunir com a presidente neste domingo (5) para tratar dos detalhes em torno do depoimento.
Apoio internacional
Enquanto isso, a ministra das Relações Exteriores do Peru, Ana Cecilia Gervasi, garantiu nesta sexta-feira (3) que o governo do país conta com apoio dos "principais aliados internacionais na América e Europa". A chanceler afirma ainda ter uma estratégia para combater a "desinformação", que, segundo ela, foi gerada em nível global durante a crise política e social iniciada em dezembro.
"Nossos principais aliados internacionais na América e na Europa oportunamente transmitiram seu apoio ao Peru na defesa do Estado de direito, da democracia e da proteção e defesa dos direitos humanos", disse Gervasi ao Comitê de Relações Exteriores do Congresso do país.
A chanceler deu detalhes aos parlamentares peruanos e garantiu ter se reunido com representantes do alto escalão de diversos governos, citando Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Equador, Chile, Costa Rica, Paraguai e Uruguai.
Além disso, acrescentou que a presidente Dina Boluarte recebeu representantes da União Europeia, "que expressaram o apoio de seus governos ao processo democrático institucional no Peru".