O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante pronunciamento à nação na noite de 14 de julho.| Foto: Erin Schaff /Pool/EFE/EPA
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um pronunciamento à nação, transmitido do Salão Oval da Casa Branca no começo da noite de domingo, e pediu para que os americanos “baixem a temperatura” da discussão política e “deem um passo para trás”. Esta foi a terceira manifestação pública de Biden desde o atentado a tiros contra o ex-presidente Donald Trump, que será confirmado nos próximos dias como candidato republicano à presidência, contra Biden, que tenta a reeleição.

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Biden lembrou o bombeiro Corey Comperatore, morto durante o atentado contra Trump, e recordou casos recentes de violência política, como ataques a congressistas de ambos os partidos e a invasão do Capitólio em 6 de janeiro, afirmando que “não podemos seguir esse caminho na américa. Isso já aconteceu na história do país”, em uma referência velada a outros atentados contra presidentes e candidatos. Em toda a história dos Estados Unidos, quatro presidentes foram assassinados durante o mandato: Abraham Lincoln, em 1865; James Garfield, em 1881; William McKinley, em 1901; e John Kennedy, em 1962. Além disso, outros dois presidentes foram baleados – Theodore Roosevelt, em 1912; e Ronald Reagan, em 1981. Robert Kennedy, irmão de John, foi assassinado em 1968 enquanto disputava as primárias democratas, e quatro anos depois o também democrata George Wallace levou quatro tiros em meio às primárias, mas sobreviveu.

Assista ao pronunciamento de Joe Biden:

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Ao longo do discurso, Biden insistiu no tema da discordância pacífica. “Podemos discordar, mas não somos inimigos; somos vizinhos, amigos, colegas de trabalho”, afirmou o presidente logo no início de sua fala, para depois acrescentar que “discordar é inevitável na democracia americana, e faz parte da natureza humana, mas a política é a arena do debate pacífico”. “Temos profundos desentendimentos, há muito em jogo na eleição (...) e quanto mais há em jogo, mais acentuadas são as paixões”, afirmou o presidente, para depois dizer que essas divergências, nos Estados Unidos, “são resolvidas na urna e não na bala”.

O apelo de Biden deve alterar a própria campanha do democrata. Segundo a agência Associated Press, anúncios televisivos estão sendo revistos e os responsáveis pela campanha estão recalibrando o discurso. Antes do atentado, Biden vinha insistindo que Trump representava uma ameaça à democracia americana e aos princípios dos Pais Fundadores. Nas horas seguintes ao ataque, líderes republicanos culparam esse tipo de retórica, assim como as frequentes descrições de Trump como “fascista”, por criar o clima que alimentou a ideia de que para “preservar a democracia” até mesmo atitudes extremas seriam toleráveis.