As facções políticas adversárias em Honduras retomaram nesta quinta-feira o diálogo para resolver o impasse no país e expressaram a esperança de que um acordo poderá ser alcançado em breve. As duas partes voltaram a negociar um dia após diplomatas dos Estados Unidos terem instado as facções a serem mais flexíveis e encontrarem uma solução antes das eleições presidenciais marcadas para novembro.

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Rodil Rivera, um representante do presidente deposto Manuel Zelaya, disse que poderá ser assinado um acordo que pedirá ao Congresso hondurenho que decida se Zelaya será restaurado ao cargo - o ponto central do impasse. O governo de facto de Roberto Micheletti também expressou a esperança de que um acordo pode estar próximo.

"Hoje será um dia de alegria para os hondurenhos porque nós vamos resolver tudo sem olhar para o passado, apenas vamos olhar para a frente", disse a negociadora de Micheletti, Vilma Morales, antes de entrar na sala de reuniões.

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Na quarta-feira, Vilma Morales pediu que o outro lado retomasse o diálogo.

Vilma assegurou que sua equipe estava disposta a abordar o tema da restituição de Zelaya, grande foco do impasse atual, para se chegar a um acordo. Segundo ela, as duas partes concordam que há "um componente político e jurídico" na questão, dando a entender que o Parlamento pode resolver sobre a volta ou não de Zelaya.

O presidente deposto exige que essa decisão fique nas mãos dos deputados, rechaçando a participação da Suprema Corte, segundo ele uma instituição envolvida no golpe que o derrubou em 29 de junho.

Estão marcadas eleições presidenciais em Honduras para 29 de novembro. Micheletti diz que a disputa eleitoral pode ser a saída para a crise, mas entidades e governos da região ameaçam não reconhecer as eleições caso o governo de facto siga no poder

Na quarta-feira, chegou a Honduras o secretário-adjunto para o Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Thomas Shannon, e outros diplomatas norte-americanos. A missão busca pressionar por uma saída negociada.

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Zelaya foi expulso do país após o golpe, mas voltou escondido e desde 21 de setembro está abrigado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

Processo contra o Brasil

O governo interino de Honduras abriu um processo na Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia, o mais alto tribunal da ONU, acusando o Brasil de ingerência em assuntos internos do país por permitir que o presidente deposto, Manuel Zelaya, permaneça na embaixada brasileira em Tegucigalpa.

O governo de facto pede que a CIJ ordene que o Brasil deixe de conceder refúgio a Zelaya em sua representação diplomática.

Zelaya está abrigado na embaixada do Brasil desde que voltou secretamente a Honduras no dia 21 de setembro.

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O governo hondurenho acusa Zelaya de "ameaçar a paz e a ordem interna". O país se prepara para a realização de eleições presidenciais no dia 29 de novembro.

Zelaya foi deposto e expulso do país pelo Exército no dia 28 de junho, depois de desafiar a Suprema Corte e organizar um referendo para uma reforma constitucional.