O chanceler Celso Amorim classifica como "um passo na direção certa" a proposta americana para a redução de emissões de CO2 e insiste em conversa com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que a abertura do mercado dos Estados Unidos para o etanol deveria fazer parte das medidas ambientais tomadas pela Casa Branca. Amorim relevou neste domingo (29) que conversou por telefone com Hillary na quinta-feira passada sobre a proposta americana de redução de 17% das emissões de CO2, medida que foi comemorada na Europa, ainda que muitos alertem que ainda não é o suficiente para que haja um acordo na conferência sobre o clima, que ocorre daqui a algumas semanas em Copenhague.

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Os países emergentes indicam que são os ricos que devem cortar de forma mais drástica suas emissões, além de aceitar financiar uma ajuda para os países mais pobres. "Hillary deu indicações de que, além da redução, uma série de medidas será tomada pelo governo Obama. Isso é boa notícia", comemorou Amorim.

Uma das esperanças acenada pelo chanceler à Hillary é de que, entre essas medidas, os Estados Unidos acatem a ideia de abrir seu mercado para o etanol brasileiro. Na Organização Mundial do Comércio (OMC), uma lista de produtos ambientais foi apresentada pelos Estados Unidos para que tenham acesso facilitado aos mercados, supostamente com o objetivo de ter um impacto ambiental positivo. Mas o governo americano se recusa a incluir o etanol no debate. Já o Brasil estima que não há como fechar um acordo ambiental na OMC sem que as tarifas para o etanol do país nos Estados Unidos sejam reduzidas.

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Apesar das dificuldades, o chanceler Amorim acredita haver espaço para um acordo em Copenhague, em meados de dezembro, e confirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará na conferência. "Acredito ainda que há como chegar a um acordo", disse. Ele apontou que o Brasil também viajará ao evento com propostas de redução de desmatamento e deixou claro que vários outros países emergentes também seguem o mesmo caminho de apresentar metas. Amorim, que participa de reuniões em Genebra, alertou que o Brasil não aceitará um acordo climático que acabe criando barreiras comerciais. "Excluímos assinar qualquer acordo que indique isso", afirmou.