Monitor no National Constitution Center, na Filadélfia, mostra Trump e Kamala durante o debate realizado pela ABC News no último dia 10| Foto: EFE/EPA/DEMETRIUS FREEMAN/POOL
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Pesquisas entre eleitores dos Estados Unidos mostram que a economia e o controle da inflação estão entre as principais preocupações na hora de escolher o candidato para o pleito presidencial de 5 de novembro, no qual o republicano Donald Trump enfrentará a democrata Kamala Harris.

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Embora a economia dos Estados Unidos esteja apresentando crescimento, a geração de empregos desacelerou nos últimos meses e a inflação foi um grande problema durante a gestão de Joe Biden, de quem Kamala é vice.

Em janeiro de 2021, quando o democrata assumiu a presidência, a inflação acumulada em 12 meses no país foi de 1,4%. Porém, o indicador foi aumentando, o que obrigou o Fed, o banco central americano, a promover altas nos juros. Em junho de 2022, a inflação atingiu um pico de 9,1%.

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Em agosto deste ano, o indicador já foi bem mais baixo, de 2,5%, a quinta baixa consecutiva, mas ainda um pouco acima para um país acostumado a inflações interanuais na casa dos 2%. Na semana passada, o Fed cortou as taxas de juros em meio ponto, o primeiro corte desde 2020.

Enquanto Trump propõe cortes de impostos, Kamala apresentou um plano econômico mais intervencionista, marcando diferenças que vêm se aprofundando entre os dois grandes partidos americanos.

Crítico frequente da migração de indústrias americanas para outros países, Trump disse que, se for eleito, vai impor tarifas de 10% a 20% sobre produtos importados, que chegariam a 60% para importações da China. Para reduzir preços, o republicano também prometeu expandir as concessões para extração de petróleo.

Trump pretende tornar permanente a Lei de Cortes de Impostos e Empregos, adotada no seu primeiro governo (2017-2021) e que expira no ano que vem, o que manteria a maior faixa aplicada sobre pessoas físicas em 37% (antes, era de 39,6%).

Outros cortes que o republicano planeja implementar seriam baixar a taxa de imposto corporativo de 21% para 15% para empresas que fabricam produtos dentro dos Estados Unidos e acabar com os impostos sobre os benefícios da Previdência Social para idosos. Tanto ele quanto Kamala prometeram acabar com a tributação sobre gorjetas.

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Para reduzir o desperdício de recursos estatais, Trump planeja criar uma comissão de eficiência governamental, cujo presidente seria o bilionário Elon Musk.

Entre as propostas de Kamala, estão um novo crédito tributário infantil de até US$ 6 mil (cerca de R$ 33 mil) para famílias com bebês, cortar impostos para famílias com crianças e reduzir os custos de medicamentos prescritos.

Kamala também falou em construir 3 milhões de novas unidades habitacionais em quatro anos e sobre um incentivo fiscal para construtores que fazem casas para compradores do primeiro imóvel.

Na área habitacional, ela propôs ainda impor limites à compra de imóveis em grandes quantidades por investidores, com o objetivo de reduzir os valores dos alugueis.

A democrata sugeriu também uma proibição federal de “preços abusivos” para alimentos, pelos quais seriam impostas “penalidades severas” às empresas que violarem os limites estabelecidos.

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Outras propostas de Kamala são créditos fiscais para indústrias americanas reequiparem ou reconstruírem fábricas existentes e expandirem contratações, além de investimentos em indústrias que, segundo ela, “definirão o próximo século”, como a aeroespacial, de Inteligência Artificial e energia limpa.

Críticas aos planos de Kamala e Trump

Os planos econômicos dos dois presidenciáveis têm sido alvo de críticas. Em junho, um grupo de 16 economistas vencedores do Prêmio Nobel divulgou uma carta alegando que as propostas de Trump poderiam levar a uma nova escalada da inflação.

“Muitos americanos estão preocupados com a inflação, que caiu notavelmente rápido. Há uma preocupação justificada de que Donald Trump volte a impulsionar essa inflação, com seus orçamentos fiscalmente irresponsáveis”, escreveram os economistas.

Quanto a Kamala, até mesmo o jornal progressista The Washington Post criticou suas propostas num editorial. “Infelizmente, em vez de apresentar um plano substancial, ela desperdiçou seu momento com truques populistas”, disparou.

E.J. Antoni, economista da conservadora Heritage Foundation, criticou especialmente a proposta da democrata de controlar preços de alimentos.

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“É absolutamente insano, mas acho que não deveríamos nos surpreender porque, sejamos realistas, [Kamala] é marxista, e suas políticas vão introduzir aqui exatamente os mesmos efeitos que as políticas marxistas geraram em outros lugares”, disse, em entrevista à Fox News.