O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, encerrará neste sábado (4) uma visita de três dias ao México e à Costa Rica, na qual elogiou os avanços econômicos mexicanos e pressionou outros líderes centro-americanos a lidar com questões de pobreza e segurança, ao mesmo tempo em que atraiu a atenção da população latina dos Estados Unidos.
Impulsionado pelos números de emprego nos EUA, Obama está defendendo o aumento do comércio e da cooperação econômica com os vizinhos do sul, argumentando que a prosperidade econômica é o melhor antídoto contra drogas e violência de gangues e, por extensão, contra a imigração ilegal, que o país está tentando controlar.
Em seu discurso transmitido por rádio e internet neste sábado, Obama defendeu que o aprofundamento de laços econômicos com países das Américas significa mais postos de trabalho nos Estados Unidos. "Uma das melhores maneiras de fazer nossa economia crescer é vender mais bens e serviços feitos nos Estados Unidos para o resto do mundo", afirmou. "Isso inclui os nossos vizinhos ao sul."
Durante a viagem, Obama tentou modular o exercício de influência dos EUA. Ele evitou qualquer sinal de interferência na estratégia do México para enfrentar o narcotráfico, mesmo que isso signifique a limitação do acesso de agentes de segurança dos EUA à aplicação da lei mexicana. Na Costa Rica, ele conclamou os líderes da América Central a integrar suas economias, reduzir os altos custos de energia e enfrentar a violência na região.
"Como governos, nosso trabalho é assegurar que estamos fazendo tudo o que pudermos
para proporcionar segurança e oportunidade e escadas para o sucesso e prosperidade para nosso povo", afirmou a líderes regionais no início de um jantar na sexta-feira, assinalando a importância "do crescimento econômico que gera emprego e segurança para as pessoas, para que possam estar seguras em seus próprios bairros, e do desenvolvimento que permite que as pessoas vivam em dignidade".
Na sexta-feira, na capital da Costa Rica, Obama havia dito ainda que os EUA e a América Latina têm "efeitos e responsabilidades comuns" em problemas relacionados ao tráfico e argumentou que seu país também sofreu com a epidemia de drogas. "Há um custo, obviamente, também nos Estados Unidos", afirmou Obama durante uma entrevista coletiva conjunta com a presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla. "Não é como se não tivéssemos problemas com drogas trágicos." Obama reconheceu o papel dos EUA em termos de demanda por drogas e disse que sua administração gastou US$ 30 bilhões para reduzir a procura nos últimos anos. No entanto, reconheceu que o país é um "grande mercado" e que o progresso "é às vezes mais lento do que gostaríamos que fosse".
Neste sábado, Obama falaria e responderia perguntas em uma reunião em um fórum sobre crescimento e desenvolvimento econômico em San José.
Além dos objetivos econômicos, a viagem serviu como um aceno de Obama à grande população hispânica nos Estados Unidos, que o apoiou fortemente na eleição de 2012 e que mantém laços familiares e culturais com a América Latina. "Na verdade, sem o forte apoio dos latinos, incluindo muitos mexicanos-americanos, eu não estaria aqui como presidente dos Estados Unidos", afirmou Obama na sexta-feira, em um discurso dirigido a jovens na Cidade do México. As informações são da Associated Press.
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