Tóquio (EFE) Cerca de 10 mil manifestantes, entre eles dezenas de deputados e acadêmicos, pediram ontem no centro de Tóquio que sejam preservados os direitos sucessórios do varão ao trono imperial japonês. Os manifestantes rejeitaram uma eventual reforma da Lei de Sucessão ao Trono, proposta há alguns meses pelo governo, que permitiria às mulheres herdar a monarquia mais antiga do planeta.
O príncipe herdeiro do Japão, Naruhito, e sua esposa, a princesa Masako, só têm uma filha, a princesa Aiko, de 4 anos, que só poderia ascender ao trono através de uma mudança da lei atual, sugestão dada por um comitê assessor do governo em novembro de 2005.
A situação mudou em 7 de fevereiro, quando se anunciou que a princesa Kiko, esposa do príncipe Akishino, irmão mais novo de Naruhito, estava grávida de seu terceiro filho (os outros dois são meninas), que deverá nascer em setembro. Se a princesa dá à luz a um varão, este seria terceiro (após Naruhito e Akishino) na linha sucessória do imperador Akihito. Após o anúncio da gravidez de Kiko e devido à pressão dos setores mais tradicionalistas, o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, recuou nos planos de reforma.
As milhares de pessoas que se concentraram ontem no pavilhão de artes marciais Nippon Budokan, no distrito de Chiyoda, no coração de Tóquio, exigem que seja definitivamente abandonado o plano de reformar a lei sálica, mesmo que a princesa Kiko dê à luz uma menina.